João Alberto Silveira Freitas, o homem negro morto após ser espancado por dois homens em um supermercado Carrefour, em Porto Alegre, foi assassinado em frente à esposa, contou uma das testemunhas do crime.
"Ela viu o marido sendo morto", lamentou Paulão Paquetá, vizinho da vítima, que também presenciou o crime. Segundo ele, a mulher de João Alberto tentou ajudar o marido, mas foi impedida de intervir.
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Após assistir à cenas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) disse que o crime indignou a todos. “Nós todos nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro num supermercado aqui na capital gaúcha”, iniciou, acrescentando que as imagens são "incontestes". O caso gerou revolta e pedidos por justiça.
O supermercado disse que tomará as medidas necessárias para responsabilizar os envolvidos e romperá contrato com a empresa que fornece o serviço de segurança. Já a Brigada Militar afirmou que prendeu os envolvidos, "inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei" (leia as notas abaixo).
O que diz o Carrefour
"O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais."
O que diz a Brigada Militar
"Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei. Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos. A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral."