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Estado de Minas Violência

Homem negro espancado no Carrefour morreu em frente à esposa

A morte de João Alberto Silveira Freitas foi filmada e as imagens causaram revolta. Segundo testemunha, a esposa da vítima tentou impedir a ação, mas não conseguiu


20/11/2020 13:58

João Alberto Silveira Freitas foi espancado e morto em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre(foto: Reprodução/Redes sociais)
João Alberto Silveira Freitas foi espancado e morto em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre (foto: Reprodução/Redes sociais)
João Alberto Silveira Freitas, o homem negro morto após ser espancado por dois homens em um supermercado Carrefour, em Porto Alegre, foi assassinado em frente à esposa, contou uma das testemunhas do crime.

 

"Ela viu o marido sendo morto", lamentou Paulão Paquetá, vizinho da vítima, que também presenciou o crime. Segundo ele, a mulher de João Alberto tentou ajudar o marido, mas foi impedida de intervir.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que os agressores eram dois homens brancos. Apurações iniciais mostram que ao menos um deles trabalha como segurança no supermercado. O outro seria policial militar temporário.

Nas imagens, é possível ver pessoas gritando para que as agressões cessassem. "Tentamos intervir, mas não conseguimos. A gente gritava 'tão matando o cara', mas continuaram até ele parar de respirar, fizeram a imobilização com o joelho no pescoço do Beto, tipo como foi com o americano (George Floyd, morto por policiais neste ano nos Estados Unidos)", contou Paquetá.

Após assistir à cenas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) disse que o crime indignou a todos. “Nós todos nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro num supermercado aqui na capital gaúcha”, iniciou, acrescentando que as imagens são "incontestes". O caso gerou revolta e pedidos por justiça. 

 

O supermercado disse que tomará as medidas necessárias para responsabilizar os envolvidos e romperá contrato com a empresa que fornece o serviço de segurança. Já a Brigada Militar afirmou que prendeu os envolvidos, "inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei" (leia as notas abaixo).

 

 

O que diz o Carrefour

"O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.

O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.
"

 

 

 

O que diz a Brigada Militar

"Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei. Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos. A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral." 

 

 


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