Assim como o norte-americano George Floyd, João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, pode ter sido morto por asfixia, conforme indicou o primeiro resultado da necropsia realizada pela perícia em Porto Alegre. O homem, negro, foi espancado por seguranças do hipermercado Carrefour, na noite desta quinta-feira, 19.
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Deputado quer avançar projeto que cassa alvará de empresas com episódios racistasCandidatos à prefeitura de Porto Alegre lamentam morte de João AlbertoDamares se coloca à disposição de família de negro morto em CarrefourHomem negro espancado no Carrefour morreu em frente à esposaNas redes sociais, usuários organizam boicotes contra o CarrefourApós cliente negro ser assassinado, manifestantes antirracistas ocupam loja do Carrefour em BHVídeo: Vendedor de açaí desmaia ao ser contido pela PM em São Paulo'Dia mais triste da história do Carrefour', diz rede de supermercados"O maior indicativo da necropsia é de que ele foi morto por asfixia, pois ele ficou no chão enquanto os dois seguranças pressionavam e comprimiam o corpo de João Alberto dificultando a respiração dele. Ele não conseguia mais fazer o movimento para respirar", informou.
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Além dos dois presos envolvidos na morte de João, a delegada adianta que outros envolvidos estão sendo investigados por omissão de socorro. "Duas ou mais pessoas podem ser implicadas por não terem impedido que as agressões continuassem. Foi uma ação completamente desproporcional e atípica para pessoas que exercerem essa atividade", disse Roberta Bertoldo.
A delegada, porém, disse não ter indícios de se tratar de um caso de racismo. "Até este momento, não deslumbramos nada de cunho racial. Não temos nenhum indicativo por essa motivação", disse.
A informação preliminar de que João Alberto teria sofrido um ataque cardíaco enquanto era agredido pelos vigilantes não pôde ser constatada pela perícia. Dois seguranças terceirizados do Carrefour, Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, e Magno Braz Borges foram levados para prisão. Os dois serão indiciados por homicídio triplamente qualificado - por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
No caso de George Floyd, que algumas pessoas relembraram ao saber da violência da ocorrência em Porto Alegre, uma autópsia independente encomendada pela família da vítima determinou que a causa de sua morte foi "asfixia por pressão constante".
PF suspenderá carteira de vigilante
A Polícia Federal informou que irá suspender a carteira nacional de vigilante de Magno Braz. A PF esclareceu que ele atua como segurança profissional, mas "não há registro na Polícia Federal de seu vínculo profissional com a empresa contratante. A Carteira Nacional de Vigilante, documento expedido pela Polícia Federal, será suspensa". A PF também pontuou que o PM envolvido no assassinato não possui Carteira Nacional de Vigilante.A instituição confirmou que o Grupo Vector está com cadastro regular e foi vistoriada no fim de agosto, não tendo sido identificadas irregularidades em seu funcionamento. Em função do crime, será feita fiscalização extraordinária na empresa pela Polícia Federal.