Jornal Estado de Minas

VIOLÊNCIA

ONU: morte de João Alberto evidencia dimensão do racismo no Brasil

O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil divulgou uma nota na qual afirma que a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, "evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira".





João Alberto Freitas, um homem negrofoi espancado e morto por dois homens brancos em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS), na noite do dia 19. Um dos homens era segurança do local e o outro, um policial militar temporário. Perícia apontou como asfixia como provável causa da morte. Beto, como era conhecido, foi enterrado neste sábado (21) e deixou quatro filhos. 

"Milhões de negras e negros continuam a ser vítimas de racismo, discriminação racial e intolerância, incluindo as suas formas mais cruéis e violentas. Dados oficiais apontam que a cada 100 homicídios no país, 75 são de pessoas negras. O debate sobre a eliminação do racismo e da discriminação racial é, portanto, urgente e necessário, envolvendo todas e todos os agentes da sociedade, inclusive o setor privado", ressaltou a ONU. O maior risco de morte é confirmado pelo Atlas da Violência de 2020, publicado em agosto deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que indica que de cada quatro pessoas mortas no país, três são negras.

Conforme a organização, "a proibição da discriminação racial está consagrada em todos os principais instrumentos internacionais de direitos humanos e também na legislação brasileira". "A ONU Brasil insta as autoridades brasileiras a garantirem a plena e célere investigação do caso e clama por punição adequada dos responsáveis, por reparação integral a familiares da vítima e pela adoção de medidas que previnam que situações semelhantes se repitam", pontuou.




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