No momento em que toda a população se anseia pela imunização contra o coronavírus, o Ministério da Saúde criou um comitê técnico específico para acompanhar o desenvolvimento, produção, incorporação tecnológica da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica britânica AstraZeneca com o aval da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A intenção é que o comitê forneça, quinzenalmente, um relatório sobre o acompanhamento dos estágios da vacina.
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Além disso, mais um passo está sendo cumprido na busca mais eficaz de trazer a imunização para o solo brasileiro, ainda que não tenha um cronograma propriamente pronto para distribuir as doses aos brasileiros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que a fábrica da AstraZeneca começou a ser inspecionada para verificar procedimentos de amostragens, condições do transporte e dos refrigeradores e o tratamento do ar-condicionado.
No primeiro dia de inspeção, a Anvisa informou que verificou o gerenciamento de risco e dos documentos e do plano mestre de validação, além de requisitos técnicos como Bancos Sementes e Celulares (partículas virais e células hospedeiras utilizadas na fabricação da vacina) e os locais de armazenamento dos produtos intermediários e do insumo ativo biológico exportado ao Brasil.
Conforme a vacina for atingindo os estágios, o comitê criado pelo Ministério da Saúde falará sobre novas diretrizes a respeito da vacina e sua distribuição, que deve ficar para o ano que vem. O governo brasileiro já anunciou que comprou 100 milhões de doses da imunização, mas apenas 15 milhões estarão no país a partir de janeiro.
Negociação
Mesmo que no país haja quatro vacinas em estudo já na fase 3, o governo brasileiro vem dando preferência aos estudos feitos em Oxford. O Ministério da Saúde deve alinhar com os governadores as estratégias de vacinação nos estados e também a incorporação de novas alternativas de vacina contra a COVID-19. Nesse sentido, outras fabricantes podem ser incluídas no Plano Nacional de Imunizações (PNI), como a própria Coronavac, que por várias vezes foi rejeitada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A intenção de incluir novas vacinas ao Brasil surge depois que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems) divulgou nota no fim de semana pedindo que o governo incorpore todas as vacinas existentes, que garantam eficácia e segurança. “O recrudescimento da pandemia da COVID-19, no mundo e no Brasil, aponta para um cenário de insuficiência de doses para a vacinação de todas as populações, fazendo com que restrições ao número de fornecedores causem atrasos no acesso à vacina para grupos prioritários de risco”, diz o comunicado.