O assassinato da vereadora Marielle Franco completou 1.000 dias nesta terça-feira (8/12). A data gerou comoção nacional e criou protestos na Câmara dos Vereadores no Rio de Janeiro, com parlamentares marcando presença nas redes sociais contra o crime ainda sem respostas. Marielle foi uma das vereadoras mais votadas nas eleições do Rio de Janeiro em 2016 e, ainda em seu primeiro mandato, foi executada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018. Apesar de suspeitos do crime estarem presos, ainda não se sabe quem foi o mandante do assassinato.
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Pai de Marielle Franco está na UTI com covid-19Acusado pela morte de Marielle é condenado por porte e posse de armas e muniçõesMPRJ quer multar Google em até R$ 5 milhões por não compartilhar dados sobre MariellePromotoras do MPRJ deixam investigação da morte de MarielleNas redes, o ex-presidente Lula comentou: "Há mil dias o país espera respostas. Há mil dias assistimos a escalada do ódio, da política, das ameaças, do preconceito e da intolerância. Precisamos de paz e de Justiça. Justiça para Marielle e para o Brasil". Na mesma linha, o governador da Bahia, Rui Costa (PT) disse que "Marielle é a memória constante de que a busca por justiça e a luta contra a desigualdade e racismo no Brasil ainda têm um longo caminho".
Com a hashtag #1000DiasSemMarielle, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) usou as redes sociais para dizer que "a homenagem a ela (Marielle) é em nome de todas as vítimas de assassinatos sem resposta". O apelo à justiça pela morte da vereadora foi seguido de comoção a recentes assassinatos, como a morte das primas Emily e Rebecca, na sexta-feira (4), e de Miguel, em junho. O trecho "A carne mais barata do mercado é a carne negra", da música "Carne", de Elza Soares, também ecoou entre alguns parlamentares.
Para a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), "Marielle era uma voz potente na política e não existe nada mais violento para a democracia que tentativas de silenciamento. Precisamos de respostas! Enquanto perdurar a impunidade, perdura o medo e insegurança nas pessoas de ocuparem seu lugar na política."
A Líder do Psol na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), também comentou sobre o caso: "Hoje completam-se 1.000 dias do assassinato da nossa companheira. Dia de reivindicar com ainda mais força o legado dessa grande mulher e exigir justiça."
A comoção dos parlamentares permeia duas perguntas: "Quem mandou matar Marielle? E por quê?". Para a deputada federal do PCdoB Jandira Feghali (RJ), "a dor tem de cessar com a verdade". Já Marcelo Freixo, deputado federal do PSOL, compartilhou a mesma agonia pela falta de resposta e tuitou que, "enquanto essa pergunta não for respondida, não haverá futuro para a democracia brasileira".
A hashtag #1000DiasSemMarielle ocupa o primeiro lugar dos entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil na manhã desta terça-feira.