Após a reunião nesta terça-feira, 8, entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e gestores estaduais, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou ser prematuro estabelecer a data de vacinação com um imunizante que precisa ter seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na segunda-feira, 7, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou um Plano Estadual de Imunização com a Coronavac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, com início programado para 25 de janeiro.
Mais de uma vez, o mandatário paraense relatou ter havido o alinhamento no encontro de que a Pasta do governo federal deve liderar o processo de compra de vacinas para promover o Plano Nacional de Imunização. Ele também informou ter havido a sinalização de Pazuello de que o plano logístico do ministério para a vacinação em todo o País será apresentado amanhã, às 12h.
Segundo Barbalho, os governadores não fazem distinção entre as vacinas dos diferentes desenvolvedores, dizendo que todas podem ser adquiridas, e nem há por parte dos gestores estaduais intenção de ignorar a Anvisa, que pede prazo de até 60 dias para analisar o protocolo de registro de qualquer imunizante. Até agora, nenhum produtor deu entrada nesse processo junto ao órgão brasileiro.
O emedebista pontuou que resta agora aos Estados aguardar que as vacinas estejam licenciadas pela agência reguladora.
Ao mesmo tempo, Barbalho aludiu à lei aprovada pelo Congresso que permite a Estados pedirem à Anvisa que analise, no prazo de 72 horas, autorização para a importação de medicamentos relacionados à pandemia, inclusive vacinas, que já tenham sido aprovados por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e do Japão.
O caso específico da Pfizer foi lembrado pelo governador do Pará, apontando para a possibilidade de Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) dos EUA habilitar a vacina da farmacêutica americana, o que se enquadraria na lei com prazo expresso para a Anvisa.
Ele disse, também, que os governadores devem trabalhar para que todas as vacinas disponíveis sejam adquiridas pelo governo federal, inclusive a Coronavac, sobre a qual paira a rusga política entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Precisamos ter a compreensão de que todos os brasileiros têm direito à vacinação", defendeu Barbalho. "Não se pode ter uma disputa entre brasileiros."