Mãe e filha viveram uma noite de terror antes de serem assassinadas, na cidade de Planaltina, no Distroto Federal. Maria Madalena Cordeiro Neto, de 60 anos, e Giane Cristina Alexandre, de 36, foram encontradas mortas por volta das 6h desta quinta-feira (10/12), dentro de casa, pela Polícia Militar do Distrito Federal, com marcas de cordas nas mãos. O ex-companheiro de Giane, o analista de sistemas Josimar Benedito Paiva, está preso e responde pelo crime de duplo feminicídio.
Segundo as investigações, o homem obrigou o filho da vítima, de 6 anos, a simular um assalto para atrapalhar as diligências policiais e premeditou o crime. O casal teve um relacionamento durante três anos e, no fim de setembro, se separou. Inconformado com o rompimento, o acusado foi até a casa da ex, na noite de quarta-feira. Escondido, ele a viu sair de casa para levar o filho ao posto de saúde e aproveitou a oportunidade para entrar no imóvel. “Os dois já não mantinham contato, porque a vítima havia o bloqueado de todos os meios de comunicação. Ele bate no portão e a sogra resiste, proibindo a entrada”, detalha o delegado-chefe da 31ª Delegacia de Polícia, Veluziano de Castro.
Nesse momento, o homem empurrou Maria para dentro da casa e ela caiu no chão. O acusado, em seguida, pegou uma corda do varal e amarrou a vítima, colocando, ainda, uma fita adesiva sobre a boca dela. Pouco tempo depois, Giane chegou em casa, acompanhada do filho. “Ele cobre a cabeça com uma camiseta para que a ex-companheira pensasse que se tratava de um assalto. Então, ele também a amarra e a tenta convencê-la de que o retorno do casal seria a melhor opção, e sai para buscar fotos dos dois, na tentativa de fazê-la se comover”, ressaltou o delegado.
Noite de terror
Amarrada, Giane teve a cabeça coberta com uma fronha. Em depoimento, o acusado alegou que, quando retornou com as fotos, encontrou a ex-mulher sem os sinais vitais. Josimar disse que, tomado pelo desespero, colocou a venda nos olhos da criança e a obrigou a ficar no carro. A polícia apurou que o acusado ameaçou o menino, dizendo que agrediria a mãe dele caso não obedecesse aos comandos. “Ele volta e mata a sogra esganada. Depois, retorna no veículo e entrega ao menino o celular da mãe, falando que, quando o despertador tocasse, às 5h, era para pedir socorro”, disse o investigador.
A criança ficou das 18h de quarta-feira até as 5h de quinta-feira com os olhos vendados, dentro do carro, sob ameaças. Quando o alarme acionou, o menino saiu pela rua chamando por socorro, inclusive a amigos do acusado. A Polícia Militar chegou ao local por volta das 6h.