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Estado de Minas

COVID-19: Brasil fica para trás na 'corrida por vacina'

Segundo estudo, nações mais desenvolvidas compraram, ao todo, 3,8 bilhões de doses de vacinas imunizantes do novo coronavírus


15/12/2020 20:20

O estudo mostra que o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países da América Latina(foto: Victoria Jones / POOL / AFP )
O estudo mostra que o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países da América Latina (foto: Victoria Jones / POOL / AFP )
Um estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, constatou que o Brasil ficou para atrás entre os países latino-americanos na corrida pela compra da vacina da COVID-19. A universidade americana mostrou que México, Chile e Argentina estão à frente do Brasil na busca pelo imunizante. A pesquisa mostrou também que os países ricos levam vantagem na corrida mundial por vacinas.
 
Segundo o estudo, as nações mais desenvolvidas compraram, ao todo, 3,8 bilhões de doses de vacinas imunizantes do novo coronavírus, mesmo antes de terem a eficácia comprovada.
 
Na América Latina, a Universidade de Duke aponta que o Chile é o único país que já providenciou a compra de vacinas para a cobertura de 223% da população. O vizinho do Brasil garantiu vacinas dos laboratórios SinoVac, AstraZeneca e Pfizer que, ao todo, somam mais de 84 milhões de doses. O governo chileno anunciou que pretende começar a vacinação da população no primeiro trimestre de 2021.
 
"Acredito que, na análise final, se verá que o Chile foi atingido duramente pela pandemia e pela recessão global, mas conseguiu enfrentá-las com união, vontade e resultados que colocaram o Chile em uma posição privilegiada não somente no contexto da América Latina, mas também do mundo", disse presidente do Chile, Sebastián Piñera.
 
O México também adquiriu vacinas de laboratórios diferentes, são eles AstraZeneca, Pfizer e Cansino. O total de mais de 178 milhões de doses garante a vacinação de 71% da população.
 
A Argentina, por sua vez, comprou um total de 47 milhões de doses. Os laboratórios escolhidos pelo país foram AstraZeneca e Gamaleya (fabricante da Sputnik). Com essa compra, a vacinação de 52% da população argentina está garantida.
 
Na semana passada, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou que o país pretende começar a campanha de vacinação contra a COVID-19 ainda este mês. “Durante janeiro teremos doses para vacinar cinco milhões de pessoas e em fevereiro o restante das doses necessárias serão concluídas a fim de atingir a vacinação dos dez milhões de pessoas que antecipamos", declarou Fernández. Na ocasião, o presidente argentino também disse que será o primeiro a ser vacinado “para que ninguém tenha medo".
 
Na corrida pela garantia da vacinação da população, o estudo mostra que o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países da América Latina. O governo brasileiro negociou a compra com os laboratórios SinoVac, AstraZeneca e Gamaleya. Até agora, foram compradas 196 milhões de doses de imunizantes, o suficiente para 46% da vacinação da população brasileira.

Prevenção

A médica infectologista Eliana Bicudo do Centro de Infusão falou sobre a importância da vacinação contra o novo coronavírus. Segundo Eliana, até o momento não há nada que controle o vírus, apenas tentativas de contenção da doença. “As medidas de contenção do vírus são a máscara, distanciamento social, higienização e evitar aglomeração, essa é a vacina que temos hoje.”
 
Eliana explicou que a vacina causa a doença, de maneira mais leve, para ajudar o corpo a produzir anticorpos e ficar imunizado. A infectologista lembrou que as chances do organismo produzir anticorpos após tomar a vacina são grandes, “acima de 95% com algumas vacinas”, isso sem ficar seriamente doente e hospitalizado.

“A vacina hoje é o único instrumento que de fato tem a possibilidade de controlar a disseminação do vírus. Diminuir a mortalidade, porque eu tenho menos pessoas adoecendo, eu tenho mais disponibilidade de leitos, vou poder cuidar melhor dos doentes e também de outras doenças que estão ocorrendo em casas que também é devido a falta de assistência”, pontuou a especialista em vacinas.
 
*Estagiárias sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza 


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