Para imunizar a população contra a covid-19, além das doses, serão necessários suportes básicos como seringas e agulhas. Esses insumos, porém, já são armas na guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria. Com escassez no mercado, dentro e fora do Brasil, empresas fornecedoras poderão decidir se oferecem seus produtos para o governo federal ou o governo de São Paulo, que têm licitações abertas para aquisições.
Em edital publicado no Diário Oficial da União (DOU), esta semana, o Ministério da Saúde anunciou que pretende adquirir 300 milhões de kits com seringas e agulhas para a imunização contra a covid-19, mas deixou para fazer os pedidos na segunda quinzena do último mês do ano, permitindo que as entregas se deem até o fim de 2021. O repasse escalonado é um pedido dos próprios fornecedores devido à escassez dos insumos para fabricação. A pasta, porém, havia sido procurada em julho pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), mas só começou a se movimentar em dezembro.
Para lidar com a ameaça de nada ter em estoque, o governo conta com um repasse de 40 milhões de seringas e agulhas por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), via Covax Facility até março. Há a possibilidade de a entrega ser feita antes, o que pode contribuir para o início da campanha nacional de vacinação contra a covid-19, esperada para fevereiro.
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