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Estado de Minas COVID-19

'Não esperamos 90% de eficácia da Coronavac', diz secretário da Saúde de SP

O Instituto Butantan não apresentou os percentuais relativos ao estudo clínico no Brasil; dados serão reanalisados, com previsão de apresentação em 15 dias


25/12/2020 14:42 - atualizado 25/12/2020 15:37

secretário de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn(foto: CNN/Reprodução)
secretário de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn (foto: CNN/Reprodução)

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchtey, afirmou que a Coronavac é eficaz, embora não deva atingir 90% no Brasil, como foi verificado no estudo clínico na Turquia, com 91,25%. "Ela está acima de 50%. Não sabemos se 60%, 70% ou 80%. Não temos essa informação, que está sigilosa e guardada a sete chaves", disse.
 
Jean Gorinchtey concedeu entrevista na noite de 24 de dezembro à rede de TV CNN, quando explicou que os dados do estudo clínico realizado no Brasil serão reanalisados pelos pesquisadores com previsão de apresentação de um novo resultado em 15 dias.
 
"Não esperamos 90% e 92% (eficácia), quando atingimos isso dizemos que bom que isso aconteceu. Se obtiver perfis menores nem por isso menos eficaz. 
 
A falta de dados que comprovem a eficácia da Coronovac, vacina contra a COVID-19, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, causou preocupação entre cientistas e profissionais da saúde em todo o país.

A ausência de números que demonstrem a eficácia do imunizante, durante a coletiva de imprensa realizada pelo Instituto Butantan, na quarta-feira (23/12), não convenceu os pesquisadores.
 
O secretário informou que a Sinovac pediu para recolher os dados do Brasil que não estão batendo com os dados de outros países, como os que foram revelados pela Turquia (91,25%), Indonésia e na própria China. O secretário informou que os 171 voluntários que positivaram para a COVID-19 estão sendo avaliados para saber quantos deles tomaram a vacina e desenvolveram a doença.
 
"Qual foi o período que receberam a vacina e, em que momento, eles desenvolveram os primeiros sintomas. Sabemos que, se recebo a vacina hoje, a minha produção de anticorpos, que são as proteínas que vão me proteger, pode demorar pelo menos 12 a 15 dias. Quando chega a 15 dias, já dou a segunda dose, fazendo o que a gente chama de reforço vacinal, aumentando a proteção", afirmou.
 
O secretário informou ainda que o Brasil atingiu 9 mil voluntários. No entanto, no momento em que o estudo foi realizado,  foi verificada uma queda no número de casos da doença, o que comprometeu a pesquisa. Estava marcado para 20 de outubro os primeiros resultados e, por essa razão, foram adiados. 

"Com a queda de circulação do vírus no nosso meio, principalmente em um grupo de profissionais de saúde que se protegiam muito. O que que aconteceu? Os dados não foram abertos, porque não conseguimos atingir número mínimo de pessoas que positivaram para a COVID-19", revelou.
 
Logo depois, quando os casos voltaram a aumentar, foram recrutados mais 3 mil voluntários. "Não só os primeiros números foram atingidos, mas o número final de 164 casos, atingindo 171, podendo finalizar o estudo já abrindo os resultados", disse à CNN.
 
Por isso, muitos desses voluntários podem ter recebido uma dose só e, por isso, essa análise tem que ser muito clara. "Se não vai comprometer. Esse que recebeu uma dose só ou que recebeu as duas, mas, no momento muito precoce, não tinha a quantidade de anticorpos suficientes para dizer ele está protegido."

Eficácia mínima 

O secretário explicou que para que uma vacina seja considerada eficaz tanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são necessários, no mínimo, 50% de eficácia.
 
"Uma vacina de 50% numa crise sanitária vai diminuir o número de casos, de mortes e internações. Quanto mais ela for eficaz, menos vou precisar vacinar grandes grupos. Quanto mais eficaz, posso vacinar menos e atinjo, de forma mais rápida. aquela imunidade que chamamos imunidade de comunidade, coletiva, a imunidade de rebanho".
 
O ensaio da clínico da Turquia foi menor do que o realizado pelo Instituto Butantan no Brasil. Lá, foram 1.322 voluntários, que tiveram os casos revelados. Desse total, 29 foram confirmados com a infecção da COVID-19. Como no Brasil foram quase 13 mil voluntários, os dados brasileiros pautam as agências regulatórias da China, da Turquia, Indonésia, Europa e de outros locais.

O secretário, no entanto, reforçou que, nas fase 1 e 2, a vacina se motrou segura e imunogênica. "Ela produz anticorpos que neutralizam o vírus e, no término da fase 3, mostrou-se eficaz", garantiu.
 
Ele explicou que um percentual menor de eficácia é esperado em vacinas que usam fragmentos do vírus. "Vacina que não tem o vírus vivo atenuado, mas fragmentos do vírus, como é o caso da vacina do Butantan", afirmou.  E concluiu: "Esse fragmento de vírus tem capacidade de desenvolver imunidade e quantidade de anticorpos que são proteínas específicas menores que vacina com vírus vivo antenuado". 


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