A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nessa segunda-feira (28/12) o levantamento de casos de COVID-19 na Polícia Federal. E, conforme a pesquisa, houve um aumento de 151,5% nos diagnósticos confirmados na categoria de setembro para dezembro.
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Para a Fenapef, o crescimento se deve à realização de operações desnecessárias, criadas somente para que os departamentos batam "metas de produtividade".
O aumento da demanda durante o período eleitoral, sobretudo pela necessidade de cumprimento de mais mandados judiciais, também contribuiu para o acréscimo de infecções pelo coronavírus na PF, segundo a federação.
Entre os estados, aquele com mais casos confirmados é o Rio de Janeiro: 153. Depois, aparecem Distrito Federal (96), Rio Grande do Sul (94), Paraná (73), São Paulo (63) e Santa Catarina (44).
Em Minas Gerais, a Fenapef contabiliza apenas um diagnóstico da COVID-19. Não há mortes entre servidores da categoria no estado.
Quanto às vidas perdidas, o estado com mais óbitos é o Pará com três. No Rio e em São Paulo, são dois. Há mortes computadas, ainda, no Amapá, Distrito Federal, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Piauí e Santa Catarina.
Os dados, porém, podem estar subnotificados, já que eles foram levantados junto aos sindicatos de cada estado. Isso porque nem todos os servidores doentes informam seus quadros clínicos às entidades locais.
A própria Fenapef admite que há possibilidade de subnotificação. Segundo a federação, nem todos os sindicatos enviaram dados atualizados sobre o quadro de saúde dos seus policiais federais.
Pedidos
Diante dos dados, a Fenapef solicitou à Polícia Federal a adoção de medidas para proteger os agentes. Um dos pedidos da federação é que os servidores que fazem parte do grupo de risco possam trabalhar à distância.
A entidade também pediu que a PF só realize operações “inadiáveis”. Ainda assim, esses trabalhos devem ser feitos com uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), principalmente se houver contato com o público externo.
Há, também, solicitação de testagem em massa na Delegacia Especial do Aeroporto Internacional (Deain) do Galeão, no Rio de Janeiro, depois que houve registro de um surto no local. Uma agente terceirizada morreu.
Outro lado
A reportagem procurou o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (sem partido), ao qual a Polícia Federal é subordinada. Porém, a pasta informou que o posicionamento cabia somente à PF.
Já a PF, por meio de nota, esclareceu que “não comenta dados sobre a saúde de seus servidores”.