Jornal Estado de Minas

OBITUÁRIO

Morre o mineiro Carlos Murilo, pioneiro de Brasília e primo de JK

Morreu nesta segunda-feira (12/01), Carlos Murilo Felício dos Santos, um dos pioneiros na construção de Brasília. Ele completaria 94 anos nesta quarta-feira (14/01). A família informou que o político e advogado estava com a saúde debilitada devido à idade e intubado desde 20 de dezembro, por causa de uma pneumonia. Ele faleceu no Hospital Brasília, no Lago Sul.





Carlos Murilo nasceu em Diamantina, em 13 de maio de 1927. Primo do ex-presidente Juscelino Kubitschek, foi deputado estadual em Minas Gerais, pelo PSD, durante o período de 1955 a 1959. Ele participou da Frente Ampla, um grupo político criado a partir de 1966, reunindo Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart contra o Regime Militar de 1964. Foi deputado federal pelo estado e ex-secretário de Estado do governo José Aparecido de Oliveira (1985-1988), em Brasília.

“Meu pai foi uma pessoa que fez tudo por Brasília, desde o início. Somos parentes do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Foi uma pessoa íntegra, um homem que a gente nem tem o que dizer. Alguém que só queria o bem de todos, sempre ajudou todo mundo”, diz Juliana Felício, 58, filha do político. “É uma tristeza muito grande no meu coração”, lamenta.

O ex-governador de Brasília José Roberto Arruda lembra que Carlos Murilo o inseriu na política. “Ele era uma pessoa experiente e me lançou nesse mundo. É um dos últimos ligados, intimamente, ao Juscelino e realmente teve uma participação direta na construção de Brasília. Carlos tinha uma memória maravilhosa e milhões de histórias sobre aquele período”, conta o empresário.





“Estou muito triste, mesmo sabendo que ele estava em uma idade avançada. Lembro-me de muitas passagens com ele. Era uma pessoa de muita sabedoria e gostosa de se estar perto. Lamento pessoalmente e em termos históricos, pois ele era testemunha da construção de Brasília”, completa o ex-governador.

O sobrinho Marco Jardim, 60, lamenta a perda do tio. “Carlos Murilo era o menino dos olhos do Juscelino e sempre esteve com ele, contatava com ele sempre em tudo. É uma grande perda para a história de Brasília”, ressalta. “Era uma enciclopédia, uma história de Brasília. Uma pessoa super do bem, que não media esforços para ficar de bem com todos. Conduzia tudo com muita inteligência”, afirma Jardim.

Carlos Murilo deixa a mulher, Déa Lúcia Pimenta Felicio dos Santos, 87 — com quem foi casado por 65 anos —, três filhos e quatro netos. Até a última atualização desta reportagem, a família não havia divulgado informações sobre o velório e enterro de Carlos Murilo.

audima