“A Nitazoxanida não consta nas orientações deste Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19, e também não se encontra incluída na Relação Nacional de Medicamentos – RENAME 2020, de forma que esse medicamento não é adquirido ou financiado com recursos federais do SUS”, informa o Ministério da Saúde.
Em outubro, o vermífugo foi anunciado pelo governo federal como eficiente no tratamento precoce de pacientes infectados com o novo coronavírus. O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, entusiasta do uso da nitazoxanida no país.
Na ocasião, Pontes apresentou um estudo preliminar financiado por sua pasta que concluiu que o medicamento reduzia a carga viral em pacientes com COVID-19, mas que não era eficaz contra os sintomas da doença ao fim do tratamento e nem capaz de evitar complicações.
Apesar da exclusão do antiparasitário do rol dos medicamentos fornecidos pela pasta da Saúde, o MCTI publicou no Twitter em 5 de janeiro um vídeo em que um infectologista promove o medicamento. Na publicação, o ministério comandado por Pontes fala em “sucesso” da nitazoxanida, a que chama de “antiviral”.
O sucesso do antiviral NITAZOXANIDA no combate a COVID-19. Confira a entrevista do Drº Edimilson Migowski, infectologista da UFRJ: https://t.co/6VnMCP5D5k @jairbolsonaro@JovemPanNews@OsPingosJP@secomvc@planalto
%u2014 Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (@mctic) January 5, 2021
#MCTInoCOMBATE #COVID19 #500voluntáriosJÁ
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não aconselha tratamento farmacológico precoce para pacientes com COVID-19 e adverte que estudos clínicos não mostraram, até o momento, benefícios dos medicamentos que vêm sendo afiançados pelo Ministério da Saúde. A sociedade médica é enfática ao defender que não existe comprovação científica de que há medicamentos eficazes contra a COVID-19 e ressalta que essa cautela está alinhada com importantes e respeitados organismos sanitários nacionais e internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS).
*estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz