A chegada ao Brasil das duas milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 importadas da Índia vai atrasar. Nesta sexta-feira (15/01), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que o avião destacado pelo governo federal para buscar as unidades deve deixar o país em “dois ou três dias, no máximo”. Na programação original, a aeronave sairia de Pernambuco nessa quinta (14). Depois, o cronograma foi alterado e a decolagem ficou prevista para a noite de hoje.
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Nessa quinta, Nova Délhi já havia falado publicamente sobre a impossibilidade de transferir, no tempo desejado, vacinas a outros países. O Ministério da Saúde quer iniciar a imunização na próxima quarta (20). Para isso, porém, o país depende do aval emergencial pedido por Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O atraso na chegada das doses da Índia, contudo, pode comprometer os planos. O material é ligado ao consórcio entre a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Além delas, há outras seis milhões de unidades, sustentadas pelo Butantan, de origem chinesa.
O presidente da República garantiu que o governo federal trabalha para desenvolver imunizantes nacionais. “Somos 210 milhões de habitantes. Dois milhões de doses equivalem a 1%, aproximadamente. É muito pouco. Não tem disponibilizado no mercado. Vamos procurar fazer, como está sendo muito bem tratado pelo Pazuello ao Butantan, nossa vacina aqui”, afirmou.
‘Ministro astronauta’ quer vacina, mas Bolsonaro não sabe detalhar projeto
Durante a conversa com o âncora José Luiz Datena, o chefe do Executivo nacional assegurou que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, trabalha no desenvolvimento de um imunizante totalmente nacional. Segundo o presidente, o trabalho do ex-astronauta Pontes pode resultar em uma vacina pronta ainda neste ano, mesmo que em caráter experimental.
Ao ser questionado sobre detalhes da produção, contudo, Bolsonaro não soube dizer onde os estudos estão sendo conduzidos. “Não tenho ideia (do local de desenvolvimento da vacina). O Marcos Pontes é uma pessoa diferenciada. Não sei onde está sendo construída essa vacina. Ele poderia dar as informações melhor que eu”, tergiversou.