A Defensoria Pública da União (DPU) afirmou à Justiça ontem que o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) mentiu sobre a ocupação de salas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previsto para ocorrer hoje. Os planos de aplicação da prova incluem salas com até 80% de ocupação, enquanto o governo federal promete 50%. A DPU fez novo pedido para adiar o exame, o que foi negado pela Justiça. A prova será aplicada para 5,7 milhões de alunos em todo o País, em meio à segunda onda da COVID-19.
A DPU sustenta que o Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), sabia que o plano de ocupação das salas ultrapassa a capacidade de 50%. Conforme o Estadão revelou, aplicadores do Enem relataram ocupação de salas acima do previsto pelo Inep e a impossibilidade de garantir o distanciamento dos estudantes.
Em um dos casos, em Manaus, uma chefe de sala do Enem recebeu comunicado de uma coordenadora do local de prova que indicava que as salas com capacidade para 40 alunos seriam usadas por 32. O documento com a distribuição dos alunos por sala foi compartilhado no grupo de aplicadores na internet depois que alguns colaboradores questionaram sobre a ocupação das salas.
Sem condições de garantir o distanciamento de dois metros entre os candidatos, um assistente de coordenação local da prova no Paraná procurou os superiores para relatar o problema. "A resposta foi para que confiássemos na abstenção", disse à reportagem, em condição de anonimato.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.