A gerência-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, neste domingo (17/01), o aval emergencial para o uso da CoronaVac, imunizante chinês desenvolvido contra a COVID-19. O setor apresentou, à diretoria colegiada da agência, diversas considerações sobre os estudos clínicos do composto, sua eficácia e segurança.
O gerente do setor, Gustavo Mendes Lima, porém, pregou cautela. Ele sugeriu, à direção da Anvisa, monitoramento constante da vacina. "Nossa recomendação é que, se a gente não olhar com cuidado e de maneira muito próxima sobre como vai ser o desempenho da vacina ao longo do tempo, temos o risco de não conhecer a eficácia real com dados robustos”, disse.
Apesar das ponderações, o técnico salientou que o cenário da pandemia em solo brasileiro torna necessária a busca pela aceleração da imunização. Após a entrega de toda a documentação requisitada, a Anvisa recalculou a eficácia geral do composto para 50,39%.
A diretoria colegiada da Anvisa vota o pedido de uso da CoronaVac, apresentado pelo Instituto Butantan, ainda neste domingo. Antes do debate entre os dirigentes, duas outras áreas técnicas da autarquia farão apresentações. Em jogo, estão seis milhões de doses.
Técnicos ligados à certificação e ao departamento de Boas Práticas de Fabricação vão detalhar dados sobre os locais de confecção das vacinas, mostrando se seguem — ou não — as recomendações para espaços do tipo. Há, ainda, a área de eventos adversos, que vai tratar de possíveis efeitos colaterais sentidos pelos cidadãos após a aplicação das injeções.
Antes, contudo, a palavra segue com Gustavo Mendes Lima, do setor de medicamentos. Ele passou a discorrer sobre a vacina de Oxford/AstraZeneca, cujo pedido de uso emergencial foi solicitado pela Fundação Oswaldo Cruz.