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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Teich sobre aprovação de vacinas no Brasil: 'Começo de um caminho longo'

Ex-ministro da Saúde celebrou uso das doses, mas pontuou dificuldades, como sobrecarga no sistema de saúde e desafios na logística de entrega dos imunizantes


17/01/2021 21:17 - atualizado 17/01/2021 21:32

Nelson Teich ficou menos de um mês como ministro da Saúde durante a pandemia da COVID-19(foto: Evaristo Sá/AFP)
Nelson Teich ficou menos de um mês como ministro da Saúde durante a pandemia da COVID-19 (foto: Evaristo Sá/AFP)
O ex-ministro da Saúde no governo Jair Bolsonaro (sem partido) Nelson Teich celebrou neste domingo (17/01) o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial das vacinas CoronaVac e da Universidade de Oxford, ambas contra a COVID-19. Apesar do sentimento, Teich ressaltou que o Brasil tem alguns desafios pela frente.

Um dos desafios do Ministério da Saúde será colocar o programa de imunização em prática, de acordo com Teich, uma vez que há sobrecarga no sistema de saúde por causa da COVID-19 e questões a serem resolvidas na logística de entrega das doses. Para o ex-ministro, a capacidade do governo de planejar, executar e entregar as vacina fará a diferença para o sucesso da missão no Brasil.

“O dia de hoje é como se fossem os 100 metros de uma maratona. Então a gente pode até ficar feliz porque chegamos nos primeiros 100 metros, mas está muito longe do que tem que acontecer e do que tem que entregar. O dia mais especial vai ser o dia que a gente tiver mudado a história da doença no país”, disse Teich, em entrevista à CNN Brasil.

Teich disse que teve a oportunidade de trazer os estudos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford para o Brasil. O ex-ministro usou o caso como exemplo para destacar a importância de ter “uma pessoa da saúde liderando” no momento de uma pandemia. O oncologista, que ficou menos de um mês no comando da pasta da Saúde até pedir demissão, foi substituído pelo então interino Eduardo Pazuello, general do Exército, que foi efetivado no cargo quatro meses depois.

“Achei interessante que naquela época teve uma repercussão muito pequena, aí que eu acho que faz diferença uma pessoa da saúde liderando num momento como esse, porque você consegue enxergar como isso pode representar no futuro”, afirmou Nelson.

Eficácia e segurança

Outra ressalva de Nelson Teich quanto às vacinas é sobre dados mais concretos sobre eficácia e segurança. Os números, de acordo com o ex-ministro, precisam ser acompanhados constantemente para que a melhor combinação de doses seja oferecida à população. A distribuição dos tipos dos imunizantes também fará a diferença para um controle melhor da pandemia, na visão do oncologista.

“O que acontece? Essa discussão sobre a vacina, essa distribuição, tem que ter uma estratégia muito clara. Não é apenas distribuir pela população. Tem que ver onde a doença é mais grave, em que lugar você vai usar cada tipo de vacina - uma vacina que tem 70% (de eficácia), outra que tem 50%... você vai jogar a de 70% nos lugares que tem maior problema para controlar, como se fosse em Manaus, por exemplo?”, salientou.

Cloroquina

Quando esteve no cargo de ministro da Saúde, Bolsonaro insistiu para que Teich emitisse orientações para prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada contra a COVID-19, como a cloroquina. O fato também contribuiu para a saída do oncologista do governo.

Nelson Teich afirmou que, com pouco recurso financeiro, o dinheiro teria que ser alocado da “forma correta”, e que não é contra alguém utilizar cloroquina, desde que o custo fosse bancado por essa pessoa. O ex-ministro destacou que nenhum medicamento distribuído pelo governo no chamado “Kit Covid”, incluindo a cloroquina, não tem eficácia comprovada.

“Você, como gestor, você tem pouco recurso financeiro, você tem que alocar aquilo da forma correta. É diferente de um gestor da decisão de uma pessoa que, sei lá, vai pagar do seu próprio bolso para ter um remédio. Mas hoje, realmente, o Kit Covid, não existe um estudo científico bem desenhado que mostre a eficácia de qualquer um desses medicamentos”, concluiu.

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.


transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as vítimas apresentam:
  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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