Um voo que levava esperança à população do Paraná com vacinas contra a COVID-19 se envolveu em um incidente aéreo nessa terça-feira (19/01), em Curitiba. Isso porque o avião, que pertence ao governo estadual, entrou em rota de colisão com um Boeing da Gol Linhas Aéreas após uma curva errada, minutos depois da decolagem na capital paranaense.
Após fazer todos os procedimentos, como a desativação do piloto automático, o comandante do voo da Gol seguiu a orientação da controladora, que solicitou, também, que o avião do governo do Paraná voasse à esquerda, pedido que foi atendido. O jato da companhia aérea, após a arremetida, reiniciou os procedimentos de pouso e concluiu sua chegada ao Aeroporto Afonso Pena, assim como o Caravan chegou em Londrina.
Imagens do site especializado FlightRadar24 ajudam a ilustrar a rota de colisão. Minutos depois de decolar do Aeroporto Bacacheri, o Cessna C208 Caravan do governo do Paraná, que iria para Londrina levar doses da CoronaVac, fez uma curva errada a 3.950 pés (cerca de 1.200 metros do solo), entrando em rota de colisão com o Boeing 737-800 da Gol, que estava a 4.496 pés (cerca de 1.370 metros do solo).
O detalhe é que o avião da Gol, que partiu do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, se preparava para pousar no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba. Com a curva errada da aeronave do governo paranaense, o piloto da companhia aérea foi orientado pela controladora de voo a abandonar a aproximação (momento final do pouso).
“Uno dois uno dois (número do voo da Gol), abandone aproximação devido Resgate 03 (como é chamada a aeronave do governo do Paraná) iniciando a curva para o lado errado. Curve agora à direita na sua proa 270 (oeste) subindo” (veja abaixo a rota das aeronaves e ouça a fonia entre pilotos e controladora).
Governo do Paraná confirma incidente
Em nota emitida pela Casa Militar da Governadoria, o governo do Paraná confirmou o incidente envolvendo sua aeronave e reproduziu um relato do comandante do avião. De acordo com o profissional, o piloto automático apresentou uma atitude inesperada, curvando à direita. Procedimentos foram feitos para que o monomotor voltasse ao curso normal, algo que foi feito sem o auxílio do piloto automático.
“Ressaltamos que não houve um acidente, mas um incidente, o qual foi devidamente reportado às autoridades aeronáuticas. Dentro da dinâmica da aviação, foram tomadas as medidas técnicas mitigadoras para manter a segurança de voo”, disse, em nota, o governo paranaense.
O Executivo estadual disse que fará uma averiguação interna do ocorrido e que o avião envolvido no incidente permaneceu em solo após o pouso para passar por manutenção. “Nesse tocante, destacamos que todas as aeronaves sob responsabilidade do órgão estão com suas manutenções em dia”, concluiu.
Gol se posiciona
A Gol também confirmou que o Boeing teve que fazer um novo procedimento em pouso em Curitiba, diante da solicitação do controle de tráfego aéreo, mas que não houve anormalidade no voo.
“A aeronave GOL que realizou o voo G3-1212 (Guarulhos-Curitiba), na terça-feira (19), teve de fazer um novo procedimento de pouso durante a aproximação ao aeroporto Afonso Pena, em Curitiba. A mudança foi necessária por solicitação do controle de tráfego aéreo do destino para procedimento de segurança, sem qualquer anormalidade no voo. Reforçamos que a Companhia está sempre atenta à Segurança, nosso valor número 1.”
O incidente está sendo investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Força Aérea Brasileira (FAB).