Sem definir a data para o envio do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), o governador do estado de São Paulo, João Doria, afirmou em coletiva, nesta segunda-feira (25/1), que vai se reunir virtualmente com o embaixador da China,Yang Wanming nesta terça (26) para definir o calendário da nova remessa e a quantidade de doses que o Instituto Butantan conseguirá disponibilizar a partir da entrega.
"Amanhã, ao término dessa conferência com o embaixador da China, já poderemos anunciar os novos lotes da vacina e a quantidade", garantiu Doria.
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Fiocruz diz que negocia importação de vacinas, mas que quantidade está indefinidaCOVID-19: CFM ataca quem pede posicionamento contra tratamento precoceSecretário de Saúde que vacinou esposa pede exoneração do cargo, em Goiás'Tratamento precoce não diminuirá mortes no Brasil', diz presidente da AMBBolsonaro anuncia liberação de insumos para produção da CoronavacO ex-presidente Michel Temer, que também participou da coletiva com outros dois ex-mandatários, comentou sobre as tratativas com as autoridades chinesas. Temer auxiliou o estado de SP nas conversas com a China, a pedido de Doria.
"Pela manhã falei com o embaixador da China no Brasil. A notícia é que os insumos estão sendo acondicionados. Há uma pequena questão técnica na China, mas virão para o Brasil. Tanto para o Instituto Butantan quanto para a Fiocruz", afirmou.
Temer ainda citou a atuação não só das autoridades estaduais para agilizar o envio, mas do âmbito federal, incluindo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ).
"Aquela tese de que todos estão trabalhando para insistir na remessa o mais rápido possível", completou o ex-presidente do Brasil.
Diplomacia
Doria evitou criticar diretamente a diplomacia do governo federal, que foi cobrada por ele mesmo e pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, na última semana. No entanto, alfinetou o governo Bolsonaro ao afirmar que São Paulo sempre respeitou a China.
“Não quero fazer juízo sobre o Ministério das Relações Exteriores. Mas faço juízos sobre o governo de São Paulo. Aqui sempre respeitamos a China, tratamos de forma igual e agradecemos a solidariedade”, disse.
Na semana passada, o tom adotado por Doria e Dimas Covas foi mais duro. Na terça-feira (19/1), o presidente do Butantan pediu que o presidente Jair Bolsonaro tivesse "dignidade" e determinasse empenho do Ministério de Relações Exteriores na negociação com o governo da China.
Já o governador de São Paulo na última semana disse que “se o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos pararem de falar mal da China, isso já ajuda bastante”.
No entanto, durante a coletiva desta segunda (25), Doria disse que a diplomacia cabe ao governo federal: “Ele é quem tem a responsabilidade da diplomacia. O que fizemos aqui foi uma relação profícua, positiva, construtiva e extremamente respeitosa com a China”.