Na semana em o Brasil recebeu o primeiro lote das vacinas AstraZeneca, vindas da Índia, uma notícia surgiu como bomba nesta segunda-feira (25/1) envolvendo o imunizante produzido em Oxford. De acordo com o jornal alemão Handelsblatt, o governo local afirmou que só espera uma eficácia de 8% entre os pacientes maiores de 65 anos. A informação foi negada pela AstraZeneca.
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EUA confirmam 1º infectado por variante do coronavírus registrada no Brasil'Tratamento precoce não diminuirá mortes no Brasil', diz presidente da AMBMemorial em homenagem às vítimas do coronavírus é inaugurado no Parque do CarmoFiocruz diz que vacina Oxford/AstraZeneca é segura para idososGoverno Bolsonaro dá aval para compra privada de vacinas contra a COVID-19Militares da ativa do Exército são presos por fraudar registro de armas“Referente as informações divulgadas de que a eficácia da vacina AstraZeneca / Oxford é baixa (8%) em adultos com mais de 65 anos, os dados estão completamente incorretos. No Reino Unido, o JCVI (Joint Committee on Vaccination and Imunization), um comitê consultivo de especialistas independentes que assessora os departamentos de saúde do Reino Unido sobre imunização, apoiou o uso nesta população e o órgão regulador de saúde do Reino Unido (MHRA - The Medicines and Healthcare products Regulatory Agency) incluiu este grupo sem ajuste de dose na autorização para o fornecimento de uso emergencial”, disse comunicado da farmacêutica.
“Em novembro, publicamos dados na revista científica The Lancet demonstrando que adultos mais velhos mostraram fortes respostas imunológicas à vacina, com 100% dos adultos mais velhos gerando anticorpos específicos após a segunda dose”, concluiu a nota.
A vacina AstraZeneca/Oxford tem sido a mais defendida pelo presidente Jair Bolsonaro desde o início das pesquisas. O imunizante tem parte das pesquisas desenvolvidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e seu uso foi aprovado em caráter emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo brasileiro já garantiu a compra de 100 milhões de doses da AstraZeneca, que chegarão aos poucos no território nacional.
O Handelsblatt se mostrou pessimista ao comparar a AstraZeneca com a Pfizer, que tem sido usada na Inglaterra desde o ano passado e mostrou índice de eficácia animador. “Temia-se que essa vacina, que a União Europeia poderia aprovar nesta semana, não chegasse perto da eficácia de 90% da vacina de RNA (Pfizer). Porém, a eficácia extremamente baixa em idosos é um revés para a estratégia de vacinação de Berlim”.
Pressão da União Europeia
Nesta segunda-feira, a União Europeia justamente intensificou a pressão sobre a farmacêutica, que anunciou que inicialmente entregará menos doses do que as combinadas com a Comissão Europeia.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, conversou por telefone com o diretor executivo da empresa, Pascal Soriot, ao qual "lembrou que a UE investiu quantias significativas na companhia" enquanto a vacina era desenvolvida "justamente" para garantir a produção. Ao longo da semana, integrantes da UE vão se reunir com representantes da AstraZênica para reavaliar a situação.