Depois de o Instituto Butantan cobrar uma resposta do governo federal em relação ao lote de 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac que foram oferecidas pelo instituto paulista, o Ministério da Saúde informou ao Correio Braziliense que só irá se pronunciar no prazo oficial do contrato.
O documento permite que a pasta manifeste interesse em adquirir as doses adicionais da vacina em até 30 dias após a entrega da última remessa das 46 milhões de doses da CoronaVac, contratadas no primeiro momento.
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“É concedida à contratante a opção de adquirir mais 54 milhões de doses de vacinas em cronograma a ser definido, apresentando seu interesse no prazo de até 30 dias após a entrega da última parcela”, diz uma das cláusulas do contrato.
Mais cedo, nesta quarta-feira (27), o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que aguarda uma resposta do ministério sobre as doses adicionais até o final desta semana, já que na próxima irá fechar contratos com outros países.
Covas enviou um ofício na última sexta-feira (22) solicitando a manifestação da pasta para a compra das 54 milhões de doses.
Ministério conta com doses extras
O Ministério da Saúde tem contado com as 54 milhões de doses nas apresentações feitas por secretários e pelo próprio ministro Eduardo Pazuello.
Nessa terça-feira (26), a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, informou ter um contrato com o Butantan para 100 milhões de doses, durante uma live técnica para dar orientações aos profissionais de saúde sobre a operacionalização da vacinação contra a COVID-19.
“Nós fizemos um contrato com o Instituto Butantan para a aquisição de 100 milhões de doses, sendo 46 milhões de doses para o primeiro semestre, (...) e aí as 54 milhões de doses que estão aqui elencadas para o segundo semestre, provavelmente a partir de maio já tem alguns quantitativos para serem disponibilizados”, disse.
Pazuello também já falou na contratação das 100 milhões de doses, anunciada por ele em entrevista coletiva no dia 7 de janeiro. Na ocasião, o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, contradisse o ministro e disse que não haveria orçamento para contratar as 100 milhões de doses (46 milhões %2b 54 milhões) da vacina de uma vez só.
“Não temos orçamento neste momento para fazer a contratação integral das 100 milhões de doses. Em um primeiro momento, é uma contratação de 46 milhões de doses com a opção de 30 dias ao término dessa entrega nós fazermos um novo contrato para adquirir as outras 54 milhões", explicou.