A pior gestão governamental à COVID-19 tem sido realizada no Brasil, conforme demonstrou uma comparação mundial de países de todos os continentes. Em um ranking, que inclui 98 nações, o Brasil ocupa a última posição no levantamento elaborado pelo Lowy Institute, organização baseada em Sydney, na Austrália.
O Instituto destaca que a COVID-19 se espalhou por 199 países com mais de 90 milhões de casos confirmados. Quase 10% deles estão no Brasil, que registrou 8.996.876 casos e 220.261 mortes até esta quinta (28). Desde a confirmação dos primeiros casos, o país não conseguiu controlar a transmissão nem o número de mortes. O país está sob observação pela explosão de casos e mortes em Manaus, com o surgimento de uma variante mais severa do novo coronavírus.
O levantamento se baseou em seis critérios: total de casos confirmados, total de mortes, casos confirmados por milhão de habitantes, mortos por milhão de habitantes, nível de testagem e casos confirmados por testes.
A gestão governamental mais efetiva à pandemia foi realizada na Nova Zelândia no bloco de melhores práticas estão Vietnã, Taiwan, Tailândia, Cyprus, Ruanda, Islândia, Austrália, Latvia e Sri Lanka.
Países europeus, como Alemanha e Itália, estão em posições intermediárias na tabela, respectivamente na 55ª e 59ª colocações. Reino Unido, França e Espanha têm performances piores diante da pandemia 66ª, 63ª e 78ª posições.
O desempenho do Brasil é pior do que o dos vizinhos Chile (89ª), Bolívia (93ª) e Colômbia (96ª). Os Estados Unidos estão na 94ª posição a China não foi incluída no ranking pela lacuna na divulgação de dados sobre testagem.
O Lowy Institute destaca que, embora o surto de coronavírus tenha começado na China, os países da Ásia-Pacífico, foram os mais bem-sucedidos em conter a pandemia. Em contraste, rapidamente a COVID-19 chegou à Europa e depois aos Estados Unidos. No entanto, a Europa registrou a maior melhoria ao longo do tempo, mas voltou a sucumbir a uma segunda onda mais severa de pandemia nos meses finais de 2020.
O Lowy Institute é uma organização independente e não partidária de políticas internacionais. Fornece pesquisa de alta qualidade e perspectivas distintas sobre as tendências internacionais que moldam a Austrália e o mundo.
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Helga Almeida. Doutora em Ciência Política pela UFMG. Professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco
"Esse ranking vem corroborar o que pesquisadores brasileiros já tinham concluído pela observação dos dados desde o começo da pandemia. O governo brasileiro não se preparou. O primeiro caso surgiu em dezembro em Wuhan, na China. Mesmo depois do primeiro caso no Brasil, não vimos uma ação mais firme e mais rápida do governo federal. Pelo contrário, a resposta foi lenta e pequena. A pandemia se espalha rapidamente e não há coordenação de ações pelo governo. Esse é o ponto mais importante. Nosso sistema de saúde coloca prerrogativas para todos os entes federados: municípios, estados e União. l A maior responsabilidade é do governo federal que tem acesso a maior orçamento mais e tem quadro mais qualificado para fazer a coordenação das ações. O governo federal deveria condenar o Sistema Único de Saúde (SUS), mas lava as mãos. Não existe coordenação do governo federal, que não cria planos de contenção, não dá diretrizes, não conversa com a população, não colocar propaganda na televisão instruindo a população do quê fazer. como se proteger. Pelo contrário, a gente vê um discurso negacionista desde o começo e que perdura, mesmo depois de 200 mil mortes. Essa falta de coordenação foi muito problemática no Brasil, onde temos mais de 5 mil municípios, a maioria de médios e pequenos. Quando o governo lava as mãos, são os prefeitos de pequenas cidades que têm que tomar as decisões que são decisões que precisam de maior arcabouço de conhecimento e de técnicos. O governo disse que o STF proíbe de fazer coisas mas não é verdade."
Ranking
1. Nova Zelândia
2. Vietnã
3. Taiwan
4. Tailândia
5. Cyprus
6. Ruanda
7. Austrália
8. Latvia
9. Sri Lanka
10. Uruguai
26. Moçambique
29. Zâmbia
30. Uganda
55. Alemanha
59. Itália
61. Canadá
62. Israel
63. Portugal
66. Reino Unido
73.França
89. Chile
90. Ucrânia
91. Oman
92. Panamá
93.Bolívia
94. EUA
96. Colômbia
97. México
98. Brasil
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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