Uma idosa de 63 anos foi resgata em situação análoga à escravidão após trabalhar como doméstica por 41 anos sem receber salário e sem ter direito a férias. A mulher trabalhava em uma casa de uma família na Abolição, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Ela foi resgatada no âmbito da Operação Resgate na segunda-feira (25/1). Os resultados da operação foram apresentados nesta quinta-feira (28/1) em coletiva de imprensa. Outras 139 pessoas foram resgatadas em todo o Brasil em situações semelhantes.
A idosa ficava na casa da família em tempo integral e dormia em um quarto pequeno e sem luz nos fundos da casa. Segundo a Polícia Federal, até o auxílio emergencial que a idosa teve direito em 2020 foi sacado pelos empregadores.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, uma ação será instaurada para buscar uma indenização para a vítima. Um inquérito será aberto na Polícia Federal.
A Operação Resgate teve início em 13 de janeiro e foi integrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).
Foram 64 ações fiscais e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Até o momento, 140 pessoas foram resgatadas do trabalho análogo à escravidão, que é caracterizado quando a pessoa é submetida a condições degradantes de trabalho. A maior parte delas foi em Goiás, onde foram resgatados 32 trabalhadores. Entre eles, 24 trabalhavam em plantações de laranja, e um senhor que trabalhava há 15 anos a troca de moradia.
Segundo a PF, a maioria dos casos identificados são de alojamentos precários, falta de acesso a alimentação, falta de condições de segurança e saúde e jornadas exaustivas.