Mesmo diante da dificuldade em importar matéria-prima para ampliar a oferta de vacinas contra a COVID-19 em um momento em que o país assiste ao aumento do número de casos e mortes pela doença novamente, o governo federal fechou acordo com a quantidade mínima de oferta proposta pelo mecanismo multilateral Covax Facility.
Com isso, receberá, neste primeiro semestre, apenas 10,7 milhões de doses de vacina contra o novo coronavírus, proporção inferior à de outros países emergentes incluídos na divisão.
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No entanto, em relação à gravidade da doença, os números brasileiros são substancialmente mais alarmantes. Enquanto mais de 226 mil brasileiros perderam a vida para a COVID-19, no Paquistão, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, 11,8 mil pessoas morreram em decorrência da doença, quase 20 vezes menos fatalidades do que no Brasil.
Com menos de 200 milhões de habitantes, a Nigéria receberá 16 milhões de doses.
Já Bangladesh, com 161,4 milhões de habitantes, terá acesso, neste primeiro momento, a 12,8 milhões de unidades.
Quem também recebe maior quantidade de vacinas é a Indonésia: 13,7 milhões. No entanto, o país possui aproximadamente 268 milhões de habitantes, o que faz a cota atender a mesma proporção que a brasileira.
No documento que detalha a divisão das doses, a Covax leva em consideração questões como vulnerabilidade e gravidade da pandemia.
Ainda assim, todos os países receberão, neste primeiro momento, pelo menos o suficiente para atender 3% da população.
Doses chegam até o fim do semestre
Entre fevereiro e março, o Brasil deve receber apenas 2,5 milhões de doses do montante inicial e o restante deve ser entregue até o fim do primeiro semestre.
O acordo prevê fornecimento de 42,5 milhões de doses ao longo de 2021, já que, quando aderiu à aliança, em setembro de 2020, o Brasil optou por contratar uma quantidade de vacinas para imunizar o equivalente a 10% da população, proporção mínima proposta pelo mecanismo.
Números finais
A Covax Facility afirma, ainda, que os números finais das doses que serão distribuídas aos países serão publicados em breve.
“O objetivo de compartilhar a distribuição provisória com os países, mesmo no ambiente de abastecimento global altamente dinâmico de hoje, é fornecer aos governos e aos sistemas de saúde as informações de que precisam para planejar seus programas nacionais de vacinação”, diz a nota da iniciativa internacional.