O sindicato dos professores da rede estadual paulista anunciou nesta sexta-feira (5/2), que entrará em greve a partir de segunda-feira (8/2), data marcada para a reabertura das escolas estaduais. A volta às aulas ocorre em meio à segunda onda da pandemia de COVID-19 no Brasil. Segundo o sindicato, a decisão teve apoio de 81,8% dos professores.
Em assembleia realizada nesta sexta, os professores se manifestaram contra a decisão de reabrir escolas estaduais. Segundo a Apeoesp (o sindicato), as unidades não têm condições sanitárias de receber os estudantes e há casos de funcionários e professores contaminados pelo coronavírus após reuniões de planejamento.
A Apeoesp fez um levantamento que apontou 147 casos de COVID-19 em escolas que tiveram algum tipo de atividade presencial.
A Escola Estadual Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, chegou a anunciar que não receberia os alunos na segunda-feira, por causa de contaminações.
De acordo com o subsecretário de articulação regional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Henrique Pimentel, as escolas que tomaram medidas fora dessas orientações são procuradas pela pasta. "(Fechar a escola) Não é a melhor forma de lidar, causa interrupção e até um desconforto na comunidade escolar, um medo", argumenta.
Pimentel diz que mesmo as escolas estaduais que tiveram registro de casos de COVID-19 em funcionários devem retomar as aulas presenciais na segunda-feira.
O retorno será retardado exclusivamente em instituições que estão em obras ou outros impeditivos.
Ele argumenta que não há indício de contágio dentro de escolas estaduais desde a retomada de parte dos trabalhos presenciais. "Se seguir direitinho as orientações, respeitar o distanciamento e o uso de equipamentos de uso individual, a chance é pequena (de transmissão)", afirma.
Nesta sexta-feira, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, informou que as escolas da rede vão receber apenas 35% dos estudantes, mesmo em regiões que avançaram para a fase amarela do plano de flexibilização da quarentena.
Nessa fase, o porcentual poderia subir para 70%, mas Rossieli argumenta que uma mudança agora causaria desinformação entre as famílias.
Adiamento
A volta às aulas na rede estadual foi adiada em uma semana.
Inicialmente prevista para o dia 1º de fevereiro, o retorno passou para o dia 8.
Segundo o secretário, o adiamento foi para facilitar o planejamento das escolas.
Rossieli também retirou a obrigatoriedade de os alunos frequentarem as aulas na escola.
O retorno passou a ser facultativo nas fases laranja e vermelha. Nesta sexta, foi mantido de forma opcional durante o mês de fevereiro na rede estadual, mesmo durante a fase amarela.