O primeiro lote com cerca de 90 litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina Oxford-AstraZeneca contra a COVID-19 já está no Rio de Janeiro. O material chegou às 18h17 deste sábado (6/2)ao terminal de cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim-RIOGaleão, na zona norte da cidade.
O voo saiu de Xangai, na China, e fez escala em Luxemburgo. Do aeroporto do Rio, o IFA será levado, com escolta da Polícia Federal, em um caminhão frigorífico para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também na zona norte, onde será recebido pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
Segundo a Fiocruz, o lote do IFA, armazenado a 55ºC negativos, é suficiente para a produção de 2,8 milhões de doses. Além disso, até o fim deste mês a Fiocruz receberá mais dois lotes para fabricar, ao todo, 15 milhões de doses.
Em princípio, haveria duas remessas do ingrediente para o Brasil neste mês, o que foi alterado para três lotes. A fundação informou que a divisão da remessa inicial em três lotes foi para otimizar o início da produção industrial, garantindo a fabricação dos lotes necessários à validação do processo produtivo. As chegadas dos próximos lotes, ainda neste mês, estão previstas para os dias 23 e 28.
Com a chegada do IFA, a previsão da Fiocruz é entregar, em março, 15 milhões de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. A primeira entrega, com 1 milhão de doses, deverá ocorrer na semana de 15 a 19 de março. De acordo com a Fiocruz, mesmo que ocorram ajustes no início do cronograma, a produção será redefinida ao longo dos primeiros meses para que seja mantida a meta de 100,4 milhões de doses até julho deste ano.
O cronograma prevê que o envase em fevereiro e no início de março contará com uma linha em operação, com capacidade para 700 mil doses por dia. No final de março entrará em operação a segunda linha, que vai possibilitar o envase de até 1,3 milhão de doses diárias.
Veja as etapas de produção da vacina na Fiocruz
Pelos cálculos da Fiocruz, com essa produção, as entregas em abril vão atingir, aproximadamente, 27 milhões de doses. Além da produção a partir do IFA, a Fiocruz mantém a estratégia paralela para importação de mais vacinas prontas, principalmente durante os primeiros meses de fabricação.
Até junho, a Fiocruz vai receber 14 lotes de insumo para a produção de 100,4 milhões de doses. Já com a liberação de exportação pelas autoridades chinesas dessa primeira remessa de IFA, os próximos embarques têm os trâmites alfandegários garantidos.
O próximo passo é a incorporação tecnológica para a produção nacional do IFA na planta industrial do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) a partir de abril. “A previsão é de que a validação dos processos do IFA nacional esteja concluída em julho, para que então seja solicitada a inclusão do novo local de fabricação do insumo no registro da vacina. Com isso, a partir de agosto, a Fiocruz já começará a entregar vacinas 100% produzidas em Bio-Manguinhos/Fiocruz”, afirmou a fundação.
Etapas
Com a chegada hoje do primeiro lote do IFA, começará na quarta-feira (10/02) o descongelamento do ingrediente, o que vai permitir a formulação do lote de pré-validação dois dias depois, para garantir que o processo esteja totalmente adequado à produção da vacina. Os segredos industriais que garantem a formulação correta já foram compartilhados com a Fiocruz. Entre os dias 13 e 17 será a fase de envase, recravação, revisão, rotulagem, embalagem e controle de qualidade do produto. No dia 18 está prevista a liberação interna do primeiro lote para a aprovação da Anvisa.