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Estado de Minas COVID-19 NO BRASIL

Médicos na linha de frente denunciam de falta de máscaras a sabonete

Conselho Federal de Medicina registra uma denúncia a cada 150 minutos na pandemia. Reclamação principal dos médicos é sobre a falta de materiais básicos


09/02/2021 17:25 - atualizado 09/02/2021 18:29

A Região Sudeste teve o maior número de denúncias de médicos, com 1.091, equivalente a 41,8% do total(foto: Reprodução/Pixabay)
A Região Sudeste teve o maior número de denúncias de médicos, com 1.091, equivalente a 41,8% do total (foto: Reprodução/Pixabay)
O Conselho Federal de Medicina (CFM) recebe uma denúncia a cada 150 minutos sobre problemas enfrentados pelos médicos que estão na linha de frente da COVID-19. Ao todo, 2.608 queixas já foram recebidas por profissionais de diversas unidades de saúde do país com apontamentos de 25 mil divergências na infraestrutura de trabalho, tanto na rede pública quanto na privada.

O levantamento divulgado nesta terça-feira (9/2) mostra que a maioria das denúncias se refere à falta de máscaras N95, de kits exames, de material para higienização, como álcool em gel 70%, papel toalha e sabonete líquido. 
 

“Estamos diante de uma das maiores ameaças já vivenciadas pelos sistemas de saúde do mundo, com risco real de sequelas e mortes na população. Nesse processo, as equipes médicas são essenciais. Por isso, os conselhos de medicina estão ao lado da população, dos médicos e das equipes que atuam na linha de frente. Os gestores devem estar comprometidos com a proteção desses profissionais”, disse.

Os dados revelam que a Região Sudeste teve o maior número de denúncias de médicos, com 1.091 (41,8%). Em seguida, o Nordeste do país soma 29,9%.

A reclamação mais frequente, em 32% dos casos, é a respeito da falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), de uso obrigatório pelos médicos. Mesmo diante das orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1.845 informes denunciaram a falta de máscaras.

Também houve notificações sobre a ausência de aventais (1.657), óculos e/ou protetor facial (1.359), máscara cirúrgica (1.207), gorro (790) e luvas (569).

Por outro lado, 1.360 médicos expuseram a falta de álcool 70% (líquido ou em gel).

Além disso, outros produtos básicos de higienização estão escassos nas unidades de saúde, como papel toalha (523), sabonete líquido (462) e desinfetantes (286).

Em 3.466 casos, os profissionais não pontuaram quais itens de higiene estavam em falta.
 
O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (09/02)(foto: Assessoria CFM)
O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (09/02) (foto: Assessoria CFM)

 
Há ainda a carência de medicamentos (868), material educativo de prevenção contra a COVID-19 (708), acesso a exames de imagem (547), itens de uso exclusivo nas UTIs (379) e materiais para curativos (230).

Outra denúncia que se tornou comum, principalmente com o avanço da COVID-19, é o número pequeno de equipes de enfermagem. Foram 746 reclamações sobre falta de médicos e 387 sobre ausência de fisioterapeutas, entre outros profissionais.

Grande parte dos médicos relatou problemas nos hospitais (1.092), serviços de Atenção Primária (911) ou pronto atendimento (500).

De acordo com os médicos que fizeram as denúncias, mais de 85% das unidades em que trabalhavam são ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Os que atuavam na rede privada somam 10%, 3% eram filantrópicos e em 2% não foi identificada a natureza do serviço prestado.


Como denunciar


Para denunciar, o profissional deve preencher um formulário com dados básicos pessoais (número do CRM, CPF e estado onde mora), na plataforma on-line exclusiva aos médicos.

Ele então terá acesso a um questionário onde poderá apontar, de forma objetiva, as dificuldades que vêm enfrentando na linha de frente de combate à doença causada pelo novo coronavírus, seja em casos confirmados ou suspeitos.

Entre abril, mês da criação da plataforma, até dezembro do ano passado, 1.879 profissionais acessaram o sistema.

*Estagiário sob supervisão da subeditora Kelen Cristina


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