Chapecó, no oeste de Santa Catarina, entrou em colapso com todos os leitos hospitalares de CTI para a COVID-19 ocupados. "O nível de contágio é alarmante e estamos tendo que transferir diariamente pacientes dos hospitais para outros municípios. Algumas pessoas têm me criticado por fechar escolas, bares e igrejas, mas é uma medida necessária para frear o contágio", afirmou o prefeito João Rodrigues (PSD).
O município determinou a suspensão das atividades em bares, choperias, petiscarias e semelhantes, e também proibiu a abertura de cinemas, teatros e museus. O decreto atende a uma recomendação feita pelo Ministério Público de Santa Catarina.
]
O diretor do Hospital Regional do Oeste, Osmar de Oliveira, revelou que a unidade tem 63 pacientes internados em leitos de UTI na ala de COVID-19 e em outros setores. Desses, 50 deram entrada no hospital nos últimos 10 dias. Na última atualização do governo do estado, a Região Oeste estava com 100% de ocupação nos leitos de COVID-19.
O prefeito ainda afirmou que busca contato com o presidente Jair Bolsonaro para que o Ministério da Saúde ajude a abrir mais 28 leitos de UTI no prédio novo do Hospital Regional do Oeste. Mais tarde, Bolsonaro fez contato com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e pediu atenção à situação de Chapecó.
No domingo (14/2), contradizendo suas ações, anunciou em rede social o colapso na cidade. Chapecó teve 73% dos testes realizados na manhã de domingo (14/2) com resultado positivo para coronavírus.
O anúncio foi feito por João Rodrigues, em transmissão ao vivo na internet, para alertar a população sobre a gravidade da situação de hospitais e ambulatórios da cidade do Oeste de Santa Catarina.
Segundo o prefeito, a cidade está em colapso: "Estamos em estágio de colapso, não é mais quase, é colapso. Se você tiver um millhão de reais no bolso agora, e precisar internar a sua esposa numa UTI em Chapecó, não vai ter lugar".
O anúncio foi feito por João Rodrigues, em transmissão ao vivo na internet, para alertar a população sobre a gravidade da situação de hospitais e ambulatórios da cidade do Oeste de Santa Catarina.
Segundo o prefeito, a cidade está em colapso: "Estamos em estágio de colapso, não é mais quase, é colapso. Se você tiver um millhão de reais no bolso agora, e precisar internar a sua esposa numa UTI em Chapecó, não vai ter lugar".
Na posse, prefeito prometeu reforçar distribuição de 'kit preventivo'
Três dias após tomar posse em 1º/1 na prefeitura, João Rodrigues flexibililizou as regras de isolamento social e ampliou o horário de funcionamento para atividades essenciais. Depois, anunciou no site da prefeitura a adoção de distribuição do kit preventivo à COVID-19.
"Teremos um protocolo para tratamento precoce. Não faltou boa vontade, mas há resistência de alguns. O vírus não tem partido", afirmou, na época. "Estamos perdendo conhecidos, amigos, familiares, pessoas conhecidas na cidade e eu não vou ficar esperando", ressaltou.
"Teremos um protocolo para tratamento precoce. Não faltou boa vontade, mas há resistência de alguns. O vírus não tem partido", afirmou, na época. "Estamos perdendo conhecidos, amigos, familiares, pessoas conhecidas na cidade e eu não vou ficar esperando", ressaltou.
Antes mesmo de se tornar prefeito, a cidade já oferecia o "tratamento", mas Rodrigues anunciou na posse que o procedimento seria reforçado e falou da "resistência de alguns médicos".
À colunista da NSCTotal, Dagmara Spantz, o prefeito "avaliou" o protocolo, como positivo, e contrariando inúmeras advertências de especialistas e entidades médicas confirmou que "o tratamento precoce não causa mal ao cidadão. O que pode é diminuir os efeitos de algo mais grave. Não foram todos os médicos que adotaram, é uma questão do profissional, é um direito que o médico tem e eu não posso impor isso, mas nós solicitamos que todos adotassem. No Brasil inteiro tem dado certo".
Complicações do tratamento precoce já eram relatados em janeiro
Em janeiro, médicos que atuam na linha de frente no combate à COVID-19 em Santa Catarina relataram complicações causadas pelos remédios incluídos nos kits de tratamento precoce, de quadros cardíacos, pancreatites e piora na evolução da COVID-19 por imunossupressão.
Desde o início da pandemia, o presidente da República vem incentivando a distribuição dos kits "supostamente" eficientes na prevenção, com incentivo à produção e importação de insumos para fabricação. O laboratório Merck, fabricante da ivermectina, divulgou nota confirmando não haver comprovação científica na eficácia para tratamento.
A situação se agravou depois que, diante do caos na saúde pública em Manaus (AM), em janeiro, o Ministério da Saúde apostou no reforço do tratamento precoce no Amazonas, financiando inclusive um grupo de médicos para fazer visitas promocionais em postos de saúde. Dias depois, o estado colapsou com falta de oxigênio.
Em um vídeo publicado no Instagram, em 14 de janeiro, o médico Anfremon Neto, coordenador da UTI do Hospital Getúlio Vargas, em Manaus, relata os momentos vividos naquela quinta-feira. Segundo ele, não foi a falta de tratamento precoce que matou três pacientes por falta de ar.
Ele relata que assim que soube que a rede de oxigênio tinha caido no hospital, saiu de casa e foi até o local. “Quando cheguei lá, já havia muita gente dentro da UTI e as equipes de vários andares foram chamadas para ajudar. Muitos médicos, muito mais do que o habitual. Logo que aconteceu, muito rapidamente, a equipe tentou fazer de tudo”, conta.
Ele relata que assim que soube que a rede de oxigênio tinha caido no hospital, saiu de casa e foi até o local. “Quando cheguei lá, já havia muita gente dentro da UTI e as equipes de vários andares foram chamadas para ajudar. Muitos médicos, muito mais do que o habitual. Logo que aconteceu, muito rapidamente, a equipe tentou fazer de tudo”, conta.
A suspeita da prefeitura de Chapecó é de que o nível de contaminação represente a presença da variante da COVID-19, que teve o primeiro caso confirmado nesta semana em Santa Catarina. No entanto, o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, já afirmou que não é possível, neste momento, relacionar a situação de Chapecó com a circulação de novas cepas.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.