Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta vê falhas na forma como pacientes de Manaus foram transferidos a outras partes do Brasil. Imersa em crise humanitária por falta de oxigênio, a cidade precisou enviar doentes a hospitais de diversos estados. Em entrevista ao Estado de Minas, Mandetta disse que a observância de protocolos sanitários poderia ter ajudado a evitar a disseminação da nova mutação da COVID-19.
“Por uma questão humanitária, você pode transferir? Pode. Mas tinha que ser feito todo o protocolo de biossegurança, dos pilotos e do pessoal que foi buscar no aeroporto. Separar as pessoas nos CTIs, separar enfermeiros e médicos, além de usar somente pessoal vacinado. Teria que ter sido feito com muito cuidado”, afirmou, nesta quinta-feira (18/02).
Para o antigo chefe da saúde federal, a estratégia adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) fez com que os manauaras enxergassem a saída desordenada dos limites da cidade como opção mais segura. A migração acabou contribuindo para o espalhamento da variante.
“Quando fizeram do jeito que fizeram, sinalizaram para a população de Manaus, que saiu de barco em direção ao Pará e ‘desceu’ a Belém-Brasília, indo para Goiânia, Tocantins e Minas. Além dos (pacientes) que transferiram, sinalizaram que a melhor solução era sair da cidade”, criticou.
Municípios do interior brasileiro já detectaram infectados pela nova cepa. Araraquara, em São Paulo, e Uberaba, no Triângulo Mineiro, são casos do tipo — lá, cinco pacientes vindos de Manaus, portadores da mutação, acabaram morrendo.
“Os voos estão funcionando regularmente. O resto do mundo fechou os voos brasileiros. Viram que aquilo dali iria se espalhar. Se iria se espalhar para eles, imagina dentro do Brasil?”, indagou Mandetta.
Segundo o mais recente boletim da doença, divulgado nessa quarta (17/02) pelo Ministério da Saúde, o país soma 9.978.747 infecções, com 242.090 baixas. Ministro da Saúde entre janeiro de 2019 e abril do ano passado, Mandetta deixou o Palácio do Planalto após entrar em rota de colisão com Jair Bolsonaro (sem partido). Enquanto o então chefe da saúde federal defendia a adoção de medidas restritivas, o presidente se mostrava cético em relação a ações do tipo.
Ele foi substituído pelo oncologista Nelson Teich, que durou menos de um mês no posto. O cargo foi ocupado pelo general Eduardo Pazuello, tido como especialista em logística. O militar assumiu interinamente e, tempos depois, acabou efetivado.
“Por uma questão humanitária, você pode transferir? Pode. Mas tinha que ser feito todo o protocolo de biossegurança, dos pilotos e do pessoal que foi buscar no aeroporto. Separar as pessoas nos CTIs, separar enfermeiros e médicos, além de usar somente pessoal vacinado. Teria que ter sido feito com muito cuidado”, afirmou, nesta quinta-feira (18/02).
Para o antigo chefe da saúde federal, a estratégia adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) fez com que os manauaras enxergassem a saída desordenada dos limites da cidade como opção mais segura. A migração acabou contribuindo para o espalhamento da variante.
“Quando fizeram do jeito que fizeram, sinalizaram para a população de Manaus, que saiu de barco em direção ao Pará e ‘desceu’ a Belém-Brasília, indo para Goiânia, Tocantins e Minas. Além dos (pacientes) que transferiram, sinalizaram que a melhor solução era sair da cidade”, criticou.
Municípios do interior brasileiro já detectaram infectados pela nova cepa. Araraquara, em São Paulo, e Uberaba, no Triângulo Mineiro, são casos do tipo — lá, cinco pacientes vindos de Manaus, portadores da mutação, acabaram morrendo.
“Os voos estão funcionando regularmente. O resto do mundo fechou os voos brasileiros. Viram que aquilo dali iria se espalhar. Se iria se espalhar para eles, imagina dentro do Brasil?”, indagou Mandetta.
Histórico
Segundo o mais recente boletim da doença, divulgado nessa quarta (17/02) pelo Ministério da Saúde, o país soma 9.978.747 infecções, com 242.090 baixas. Ministro da Saúde entre janeiro de 2019 e abril do ano passado, Mandetta deixou o Palácio do Planalto após entrar em rota de colisão com Jair Bolsonaro (sem partido). Enquanto o então chefe da saúde federal defendia a adoção de medidas restritivas, o presidente se mostrava cético em relação a ações do tipo.
Ele foi substituído pelo oncologista Nelson Teich, que durou menos de um mês no posto. O cargo foi ocupado pelo general Eduardo Pazuello, tido como especialista em logística. O militar assumiu interinamente e, tempos depois, acabou efetivado.