Pressionado pelo ritmo lento de vacinação para COVID-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos nesta sexta-feira (19/02), que não será mais preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da segunda dose do imunizante. A nova orientação passaria a valer a partir do dia 23 deste mês, quando o governo federal espera receber mais 4,7 milhões de vacinas.
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Butantan deve lançar em Araraquara app que avisa sobre contato com infectadoSecretarias: Rio tem transmissão comunitária de variantes do coronavírusFalta de vacinas contra a covid-19: os riscos da interrupção da campanha de vacinação no BrasilCobra é encontrada dentro de fardo de garrafas de água, em Santa CatarinaO ministro também prometeu antecipar a vacinação de professores. Pazuello está reunido com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos. Na terça-feira (16/02), a entidade se posicionou sobre a escassez de vacinas no País. Cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis já anunciaram ter parado ou reduzido o ritmo da campanha de vacinação. "Agora, o problema da escassez quem tem de resolver é o Ministério da Saúde", disse a entidade em nota.
A FNP anunciou pelo Twitter a nova estratégia de vacinação: "Agora, a partir do dia 23, com a chegada de 4,7 milhões de novas vacinas, a imunização será em 4,7 milhões de brasileiros, não a metade, como estava acontecendo até então. A justificativa é que a pasta tem garantia de produção das doses."
O número de pessoas vacinadas contra a COVID-19 no Brasil chegou na quinta-feira, 18, a 5.614.633, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de saúde. 25 Estados informaram dados atualizados e 211.720 pessoas receberam a primeira dose nas 24 horas anteriores.
Pazuello está sob forte pressão pelo ritmo lento na vacinação contra a COVID-19. Além disso, o general da ativa é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão para evitar o colapso de saúde no Amazonas.
Cobrado por um cronograma de entrega de vacinas, Pazuello disse a governadores na quarta-feira (17/02), que toda a população "vacinável" (menores de 18 anos, por exemplo, não estão recebendo as doses) será imunizada neste ano. Ele ainda prometeu a entrega de cerca de 455 milhões de doses de vacinas em 2021, mas considerou a vinda de imunizantes que ainda nem sequer entregaram todos os dados de segurança e eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Covaxin e a Sputnik V.
O ministro também ignorou atraso na entrega de insumos farmacêuticos para o envase ou fabricação de vacinas no Instituto Butantan e Fiocruz.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, no ritmo em que a vacinação contra a COVID-19 é conduzida no Brasil, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a sua população imunizada.
O cálculo é do microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida. Ele lembrou que, durante a campanha de vacinação contra a gripe em março do ano passado, já em plena pandemia do novo coronavírus, os brasileiros vacinavam até um milhão de pessoas por dia.
Atualmente, a média de imunizações diárias é de um quinto disso, cerca de 200 mil pessoas.