A Pfizer/Biontech poderia entregar ao Brasil 100 milhões de doses da vacina contra a COVID-19, se o acordo com o governo fosse assinado. A entrega seria feita ainda neste semestre. O imunizante foi o primeiro a ter o registro definitivo no país, mas até o momento nenhuma dose foi comprada.
A representante brasileira do laboratório, a presidente executiva da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, Elizabeth Carvalhaes, alertou para a demora na efetivação de um acordo e o risco que o Brasil corre de não ser atendido pelo fato de outros países "estarem na fila".
“Essa negociação começou em agosto. Cada vez que o Brasil diz não, outros mercados ficam satisfeitos. Hoje, a perspectiva é de 100 milhões de doses para o Brasil. Os volumes que ouvimos falar são maiores no primeiro semestre”, disse Elizabeth em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, nesta quarta-feira (23/02).
O acordo depende ainda de o Brasil aceitar as condições colocadas pela própria Pfizer a todos os países compradores. O governo tem de assumir a responsabilidade por quaisquer efeitos colaterais que possam surgir após a vacinação.
Segundo Elizabeth Carvalho, a empresa americana aguarda que a negociação seja concluída através do projeto de lei apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
“A indústria precisa da colaboração do Congresso Nacional para aprovar a lei que estipula a possibilidade desse tipo de contrato no Brasil, como houve em todos os países. Naturalmente, temos toda a confiança na sanção pelo presidente da República”, afirma.
Disse ainda que é necessário o país ter outras vacinas, pois é “o conjunto da obra que salva a população”. As vacinas que necessitam de armazenamento com temperaturas baixas vão para as grandes cidades que possuem estrutura adequada. As que não necessitam serão viabilizadas para outras regiões do país. Diante disso, é essencial outros imunizantes serem negociados pelo governo brasileiro e começarem a circular.
A vacina da Pfizer pode ser acondicionada em freezers comuns e tem eficácia comprovada de 94%, segundo estudos.
Impasse
Testada no Brasil, a vacina da Pfizer foi oferecida à União em agosto de 2020. Na ocasião, a farmacêutica afirma ter disponibilizado 70 milhões de doses ao governo brasileiro com entrega prevista em dezembro daquele ano.
O Ministério da Saúde alega que as exigências contratuais impostas pela empresa teriam inviabilizado as negocições. Pressionado, o Ministério da Saúde divulgou no domingo (21/2) afirmando que pediu "orientação" à Casa Civil sobre os contratos com a gigante americana.
"O que nós queremos da Pfizer é que ela nos dê o tratamento compatível com o nosso país, que amenize essas cláusulas. Não podemos assinar desta forma”, disse o ministro Eduardo Pazuello em pronunciamento no dia 6 de janeiro.
Entre as exigências existentes, Pazuello estabelece isenção eterna e completa de qualquer responsabilidade por efeitos colaterais após a aplicação da vacina. A produção do insumo ficaria a cargo do Brasil.
A Pfizer, por sua vez, argumenta que as cláusulas apresentadas “estão em linha com os acordos fechados em outros países do mundo, inclusive na América Latina”.
Nota da Anvisa
"Como Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, informo com grande satisfação que, após um período de análise de dezessete dias, a Gerência Geral de Medicamentos, da Segunda Diretoria, concedeu o primeiro registro de vacina contra a Covid 19, para uso amplo, nas Américas.
O imunizante do Laboratório Pfizer/Biontech teve sua segurança, qualidade e eficácia, aferidas e atestadas pela equipe técnica de servidores da Anvisa que prossegue no seu trabalho de proteger a saúde do cidadão brasileiro.
Esperamos que outras vacinas estejam em breve, sendo avaliadas e aprovadas.
Esse é o nosso compromisso,
Diretor-presidente Antonio Barra Torres"
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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