‘Mantida a situação atual, teremos em um a dois dias o colapso do sistema hospitalar’. Em nota enviada ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o conselho de especialistas no combate à COVID-19 do estado cobra medidas mais drásticas para evitar a maior crise sanitária já vista no RS.
A nota foi publicada na noite desta quarta-feira (24/02) pelo coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, o médico pediatra João Gabbardo dos Reis, no Twitter. O documento foi assinado em conjunto pelos médicos membros do conselho, Fernando Torelly, Januario Montone e Lucia Campos Pellanda.
A falta de leitos e o grande aumento de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul impulsionaram os profissionais da saúde a exigirem do poder público do estado uma maior intervenção no controle da crise, principalmente com a utilização efetiva das medidas restritivas contidas no Plano de Distanciamento Controlado.
Segundo o conselho, a velocidade dos processos de ampliação de leitos hospitalares e a vacinação estão muito aquém da rapidez da transmissão do vírus. Apenas em uma semana, os diagnósticos de COVID no estado passaram de uma média de 65 para 200 pacientes por dia.
No mesmo dia em que a nota foi encaminhada, o Rio Grande do Sul chegou ao maior aumento total de pacientes contaminados pelo vírus, seja internados em leitos clínicos ou UTI, somando 211 casos em 24 horas.
"Mantidos os mesmos níveis de transmissão, além de já termos atingido o limite de ocupação em diversas regiões, chegaremos em poucos dias ao esgotamento da estrutura hospitalar disponível tanto pública como privada, gerando a redução da qualidade da estrutura de atendimento e aumento da mortalidade, sem possibilidade de aumento de leitos que seja capaz de acompanhar o crescimento das necessidades", afirma o conselho.
Eduardo Leite ainda não respondeu à nota enviada pelo especialistas. Porém, também na noite da quarta (24/02), publicou um vídeo em seu Twitter pedindo às prefeituras do estado que “apliquem os protocolos na proporção que a gravidade exige", em prol da vida e saúde dos cidadãos gaúchos.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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