Jornal Estado de Minas

COVID-19

Governo de SC cobra medidas de prefeitos: 'Estamos entrando em colapso'

Um dia após a publicação de um decreto com novas restrições no estado, o governo de Santa Catarina fez um apelo a prefeitos de cidades catarinenses, para que os gestores tomem ‘medidas emergenciais’ contra a COVID-19 e que diminuam ainda mais a circulação de pessoas. Apesar de ainda não ser uma decisão formal pelo fechamento geral chamado de ‘lockdown’, o pedido do secretário da Saúde estadual, André Motta, se assemelha às regras mais rígidas adotadas em dezembro. “Estamos entrando em colapso”, alertou.





No decreto publicado no "Diário Oficial do Estado", nessa quarta-feira (25/02), não há restrição à circulação de pessoas, assim como fechamento de serviços não essenciais. O texto, válido por 15 dias, define impedimentos ao setor de festas, a bares e restaurantes. Casas noturnas e de espetáculos não podem funcionar e é proibido venda e consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e suas lojas de conveniência entre 0h e 6h em todos os níveis de risco. Bares, restaurantes e shoppings não podem funcionar de madrugada.

No entanto, o secretário de Saúde estadual repassa aos prefeitos a demanda por restrições de ‘pessoas’ e ‘serviços’. “Solicito aos gestores municipais que tomem medidas emergenciais para diminuir significativamente a circulação de pessoas, mantendo apenas serviços essenciais. Convoquem toda a força de trabalho da Saúde para o enfrentamento", alinhou André Motta.

"Preciso informar a todos que a situação da pandemia deteriorou no estado todo e, a exemplo do que acontece nas regiões mais a oeste, estamos entrando em colapso! Todos os esforços de estado e municípios, até então, são insuficientes em face à brutalidade da doença. Infelizmente, percebe-se fenômeno similar no resto do país”, apontou o secretário catarinense.





Nessa quarta-feira, os hospitais no estado atingiram a maior taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral e de COVID-19 do Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a pandemia: 91,18%. Em ofício enviado ao governo estadual, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu que a secretaria da Saúde informe quantas pessoas esperam por um leito de UTI e em quais cidades estão os pacientes.

Relatos de profissionais que trabalham em unidades de saúde catarinenses apontam que o gargalo entre leitos disponíveis e pacientes que aguardam por internação fica cada dia mais longe de ser equacionado. A situação mais drástica no oeste do estado tende a se estender a outras regiões e o governo estadual já estuda a alteração de protocolos para a liberação mais rápida de quem está se recuperando da doença para abertura de vagas.

audima