Jornal Estado de Minas

COVID-19 1 ano

UTIs vão ao limite em cinco estados e no DF


Pelo menos cinco estados brasileiros e o Distrito Federal (DF) apresentam taxas de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) destinadas a pacientes com COVID-19 da rede pública acima de 90%, deixando as autoridades sanitárias e a população alarmadas.



Acre, Rondônia, Ceará, Paraná e Goiás e DF estão à beira de um colapso na rede hospitalar do SUS, num momento em que a expectativa é de aumento no número de mortes e casos em decorrência das aglomerações no carnaval. Apesar de estar abaixo dos 90%, a taxa no Amazonas, que protagonizou crise de falta de oxigênio no início do ano, continua em perigosos 89,31%

Levantamento feito pelo Estado de Minas indica que a situação do Acre é a mais drástica. De acordo com  informações do governo do estado, todos os 86 leitos de terapia intensiva da rede pública estão ocupados. Além da COVID-19, o Acre está em situação de emergência devido ao surto de dengue e enfrenta ainda enchentes. 



No balanço de quarta-feira (24/2), a Secretaria de Estado de Saúde registrou 291 novos casos de coronavírus em 24 horas, chegando a um total de 55.881, dos quais 25.182 estão concentrados na capital, Rio Branco. No mesmo período, foram confirmadas duas mortes, o que elevou para 975 o registro de óbitos desde o início da pandemia.

A situação no Distrito Federal também é preocupante. Segundo números da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), 92,89% das UTIs da rede pública estão ocupadas, 157 leitos num total de 169 destinados a pacientes adultos com COVID-19.






O governo do DF calcula que cerca de 25% das internações por COVID no seu território são provenientes de cidades goianas vizinhas de Brasília, em que novas cepas do coronavírus foram identificadas. O governador Ibaneis Rocha (MDB) cobrou do governo de Goiás a abertura de leitos nas cidades do entorno do DF para aliviar a pressão. Rocha também ameaçou fechar fronteiras com as cidades goianas.

Mas Goiás vive uma situação mais grave que a do DF. De acordo com o painel de leitos do estado, atualizado na manhã de ontem, 95,38% das UTIs públicas destinadas ao tratamento de COVID-19 estão tomadas. Pelo menos 89 municípios decretaram estado de calamidade devido ao aumento significativo de casos da doença.

O Rio Grande do Sul, embora não tenha atingido a superlotação nos leitos do SUS em toda a dimensão do território (86,6%), vê a rede pública da capital, Porto Alegre, à beira da falência, com 96% dos leitos de UTI ocupados. Até quarta-feira, os leitos públicos de UTI em duas regiões gaúchas (Lajeado e de Novo Hamburgo) e todos os da rede privada estadual já haviam ultrapassado os 100% de ocupação. A média móvel de mortes no estado registrou alta de 53% em relação há duas semanas, indicativo de alta nos óbitos.





Situação em MG 


A ocupação total de leitos de UTI em Minas  está em 70,17%, mas algumas regiões e municípios observam disparadas nas internações. Na última semana, o número de casos da doença em Minas aumentou 4,5%, enquanto o total de óbitos cresceu 5,1%.

Em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, o sistema hospitalar está em colapso, com 100% dos leitos ocupados. Em Uberlândia, segunda maior cidade mineira, e em Araguari, na mesma região, a proporção ocupada é de 90,38%, segundo a Secretaria de Saúde de Minas (SES-MG), que divulga a ocupação dos dois municípios somadas.

A região Central também vive momento de apreensão em relação à ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com COVID-19. Segundo o painel de leitos da SES, 100% dos leitos de Betim e 95% de Ouro Preto estão tomados. A ocupação calculada para Belo Horizonte, Caeté e Nova Lima é de 82,35%.





O painel da SES aponta colapso na rede pública hospitalar de João Pinheiro e São Gotardo, na Região Noroeste, e em Além Paraíba, no Sudeste do estado. Em Nanuque, Região Nordeste, e em Ipatinga, no Vale do Aço, a ocupação dos leitos do SUS já supera os 90%. 

O estado não informa a taxa específica de lotação dos leitos de COVID-19 da rede pública, apenas o total de vagas, independentemente da causa da internação.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou uma medida provisória (MP) na quarta-feira liberando R$ 2,8 bilhões para o Ministério da Saúde. A verba será usada principalmente para ampliar a quantidade de leitos de UTI contra a COVID-19.

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.





Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp


transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

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Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as vítimas apresentam:
  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.





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