Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Hospital das Forças Armadas tem 90% de ocupação na UTI e contrata contêiner

A situação dramática da COVID-19 no Distrito Federal atingiu em cheio o Hospital das Forças Armadas (HFA). A UTI que atende pacientes contaminados pelo novo coronavírus atingiu o nível crítico de 90% e foi contratado um contêiner frigorífico para estocar corpos, como se viu em Manaus e mais, recentemente, no Rio Grande do Sul.





As informações foram confirmadas ao Correio Braziliense por meio de nota emitida pelo Ministério da Defesa. Profissionais do hospital relatam que nunca viram um quadro tão complicado para o atendimento a pacientes com COVID-19. O perfil de internados está cada vez mais jovem e ocupando os leitos por mais tempo.

“O Ministério da Defesa informa, por meio do Hospital das Forças Armadas (HFA), que a taxa de ocupação atual é de 90% na UTI. O HFA é um hospital de referência no tratamento do Coronavírus e tem participado ativamente do tratamento da COVID-19 nos níveis ambulatorial e de pronto atendimento. As internações são no nível enfermaria e UTI. Desde setembro de 2020, foi contratado um contêiner frigorífico.”
(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

Integrantes do HFA dizem, ainda, que outros tipos de contêineres podem ser contratados, pois, desde janeiro, há um edital no site do hospital nesse sentido. Mas esses contêineres, tipo marítimos,seriam usados durante uma reforma do setor de anatomia patológica. A reportagem passou pelo hospital e encontrou apenas esses itens destinados às obras.





Pelas diligências do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) e diante da disparada de contaminações pelo novo coronavírus e de mortes, hospitais da rede pública da capital do país, muito provavelmente, também terão de recorrer aos frigoríficos para as unidades de saúde.

Para representantes do governo, a superlotação no HFA e a contratação de contêiner para a estocagem de corpos devem provocar abalo no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro renega a gravidade da COVID-19 no país, desestimula o uso de vacinas e é totalmente contrário à adoção de medidas restritivas para conter a disseminação do vírus.

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