Das 27 capitais do Brasil, 25 estão com taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) superiores a 80%, sendo 15 delas superiores a 90%. Os dados são da mais nova versão da edição extraordinária do Boletim “Observatório COVID-19” divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta terça-feira (09/03)
Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tem o maior índice de ocupação, atingindo 106%. Em seguida, aparecem Porto Alegre (RS), com 102%; Porto Velho (RO), com 100%; Rio Branco (AC), 99%; Teresina (PI) e Goiânia (GO), com 98%; Brasília (DF) e Florianópolis (SC), 97%; Fortaleza (CE), Natal (RN), Curitiba (PR) e Cuiabá (MT), com 96%; Palmas (TO), 95%; São Luís (MA), 94%; Rio de Janeiro (RJ), 93%; Macapá (AP), 90%; João Pessoa (PB) e Manaus (AM), 87%; Aracaju (SE), 86%; Recife (PE), Salvador (BA) e Belo Horizonte, 85%; São Paulo (SP), 82%; e Boa Vista (RR) e Vitória (ES), com 80%.
As outras duas capitais estão com taxas superiores a 70%: Belém (PA), com 75%, e Maceió (AL), com 73%. O levantamento foi feito com base nos dados dessa segunda-feira (08/03).
Veja o mapa
País em colapso
Segundo o boletim, embora o Pará tenha saído da zona de alerta crítico para zona intermediária, com queda de 82% para 75%, a taxa teve crescimento em quase todos estados e no Distrito Federal, além da entrada na zona crítica dos estados de São Paulo e de Sergipe.
Diante da situação extremamente crítica das taxas de ocupação de leitos UTI, os pesquisadores reforçam no boletim a necessidade de ampliar e fortalecer as medidas envolvendo distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos.
"Nos municípios e estados que já se encontram próximos ou em situação de colapso, a análise destaca a necessidade de adoção de medidas de supressão mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais. Além disso, é necessário o reforço da atenção primária e das ações de vigilância, que incluem a testagem oportuna de casos suspeitos e seus contatos", afirmam.
"Nos municípios e estados que já se encontram próximos ou em situação de colapso, a análise destaca a necessidade de adoção de medidas de supressão mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais. Além disso, é necessário o reforço da atenção primária e das ações de vigilância, que incluem a testagem oportuna de casos suspeitos e seus contatos", afirmam.
Vinte estados estão na zona de alerta crítica, com 13 deles apresentando taxas superiores a 90%: Rondônia, Acre, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.
Minas Gerais
Em conversa com o Estado de Minas, a pesquisadora responsável pelo estudo, Margareth Portela, explicou a ausência da cor vermelha no estado no mapa.
“Minas Gerais não vem divulgando um dado específico dos leitos de UTI COVID. Não temos esse dado. Divulgamos explicando isso. Apesar disso, Minas está sim batendo na taxa crítica de ocupação geral de leitos. A taxa atual é de 79%. A diferença é bem pequena para 80%”, explica. “Observamos também uma tendência de crescimento. Não está na crítica por não ser 80%, mas está quase lá”, alerta.
A pesquisadora chama a atenção para Belo Horizonte. A capital mineira aparece na lista de capitais do país com taxas de ocupação iguais ou superiores a 80%. BH aparece com 85% da ocupação de leitos.
Segundo o boletim epidemiológico de Minas Gerais, divulgado nesta terça-feira (09/03), o estado tem 928.402 casos confirmados de COVID-19. Cerca de 64.037 casos estão sendo acompanhados. No estado, 19.605 pessoas morreram pelo vírus.
Ainda de acordo com o boletim mineiro, 75.999 estão internadas. Cerca de 852.403 estão em isolamento domiciliar.