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Estado de Minas COVID-19

Associação Médica Brasileira faz apelo à população e ao governo federal

Em carta aberta, entidades cobram agilidade na imunização e apoio da população ao isolamento social: "O Brasil requer união de suas inteligências"


15/03/2021 14:30 - atualizado 15/03/2021 16:00

José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Sociedade Paulista de Medicina:
José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Sociedade Paulista de Medicina: "Nesse ritmo, serão 7 anos para imunizar o país" (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
 
Com um apelo para agilizar vacinação e à consciência de cada brasileiro para que siga as regras de isolamento social e as medidas de proteção contra a infecção da COVID-19, a Associação Médica Brasileira (AMB) anunciou em coletiva à imprensa, na manhã desta segunda-feira (15), a criação de Comitê Extraordinário para Monitoramento da COVID-19 (CEM COVID).

A iniciativa reúne 27 federações e 54 sociedades médicas de todo o país.  

Em Carta Aberta ao Brasileiros, as entidades traçaram um diagnóstico do curso da pandemia desde os primeiros momentos, em março de 2020. E demonstraram a progressão exponencial da epidemia que evidencia insuficiências na rede de saúde.

O documento defende a obediência às regras de proteção – como o distanciamento social e o uso correto de máscara. Iniciativas contínuas de testagem e rastreio de contactantes, juntamente com a vacinação em larga escala.

"Somente assim seremos capazes de oferecer melhor prognóstico à população brasileira."
Ao se dirigir aos brasileiros, as entidades médicas alertam que o país requer união de suas inteligências, a soma de conhecimentos científicos, de estratégias unificadas e ação imediata. Não pode prevalecer a máxima do cada um por si.

Elas frisaram que o momento exige vacina, combate às fake news e a conscientização individual e coletiva para as medidas gerais de prevenção.

"Nós médicos, por ética, retidão e compromisso com os pacientes, dizemos claramente à Nação: o controle da situação nos foge às mãos, pois não estão sob nosso comando as ações e nem a gestão da saúde." 

Diante dos rumores da saída do ministro da saúde Eduardo Pazzuelo, o presidente da Sociedade Paulista de Medicina (SPM), José Luiz Gomes do Amaral, disse que a maioria dos médicos acordam todos os dias esperando uma notícia concreta por parte do ministério.

"Gostaria de ter acordado hoje com uma notícia concreta. Uma posição firme em relação àquilo que nós brasileiros precisamos. Quando chegarão as 280 milhões de doses da vacina, o que signfica imunizar plenamente 70% dos brasileiros. Isso que precisamos para hoje."

Em 57 dias de vacinação, foram imunizadas 50 mil pessoas por dia, diz o médico. "Nesse ritmo, serão 7 anos para imunizar o país." Amaral ressaltou que o Brasil já chegou a vacinar 1 milhão de pessoas por dia. "Só lembrarmos das campanhas das gripes HN."

Ele classificou de 'trágica" situação de isolamento social, que caiu 12% na semana passada. "Se conseguísemos chegar a 60% do isolamento social, reduziríamos o índice de contágio a 70% e, portanto, de mortes."

A adesão ao isolamento do pais é de 33,4% segundo a AMB. 

Clovis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, disse estar muito preocupado. "É o momento mais crítico. Momento único, doloroso, traumático e dramático. De não ter leitos para oferecer nas redes pública e privada."

O médico lamenta que a sociedade brasileira "não tenha se sensbilizado" e alerta que só há "duas maneiras de sair dessa situação: medidas preventivas e vacinação em massa."

O infectologista advertiu a população que quem procurar atendimento por alguma situação emergencial que não seja a COVID-19, terá que "disputar vaga com quem se trata da SARS-Vovid-2."

E cobrou respostas do ministro da Saúde: "Não podemos ficar ao sabor de notícias que não se concretizam."
O presidente da AMB apresentou a Carta aos Brasileiros em coletiva à imprensa(foto: Reprodução de redes sociais)
O presidente da AMB apresentou a Carta aos Brasileiros em coletiva à imprensa (foto: Reprodução de redes sociais)

Evitando criticar nominalmente o presidente da República ou os gestores do Ministério da Saúde, o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes, disse que as signatárias da Carta aos Brasileiros defendem máscaras e isolamento social.

E que qualquer pessoa contrária a isso, "não tem nosso apoio. O presidente da República é responsável pelo que fala e atitudes que toma. Tem ônus e bônus de suas atitudes", completou.

Sobre o fato de Pazzuelo não ser um profissional de saúde, César Fernandes usou de ironia. "Imagine se me convidassem para comandante de uma infantaria ou general de brigada."

E emendou que não quer fazer críticas ou diminuir o ministro. "De qualquer maneira, tantas trocas em tão curto período demonstra que não houve (até o momento) o apoio de alguma parte – do governo, da população ou da comunidade médica – para que seguissem seu trabalho."

Comitê cobra campanha ampla para sensibilizar brasileiros

O CEM-COVID cobrou do governo federal ações concretas e unificadas para sensibilizar a população em todo o país, diante do agravamento da situação. Em documento divulgado, o comitê defende que a vacinação em massa, para todas as pessoas, "é a medida ideal para controlarmos a velocidade de propagação do vírus."

Mas, sem a resposta de quando ocorrerá a imunização completa, afirma que o distanciamento social, com a menor circulação possível de pessoas, "é conduta essencial para conter a propagação viral."

E seguir as regras no  Boletim 01/2021 do Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 (CEM COVID_AMB)
 
A) Uso correto de máscara - sempre
B) Distanciamento social
C) Evitar aglomerações
D) Manter o ambiente bem ventilado e higienizando
E) Ficar em isolamento respiratório assim que houver suspeita de COVID-19
F) Higienizar frequentemente as mãos, com água e sabão ou álcool gel a 70%.


Íntegra da Carta aos Brasileiros, lançada pelo Comitê de Extraordinário de Monitoramento a COVID-19 )CEM-COVID-19):

"Faz um ano, o Brasil registrava a primeira morte pelo vírus SARS-Cov-2, era março de 2020. Aos 9
de maio, marcávamos 10.000 vidas perdidas no embate com o novo coronavírus no país. Um mês após,
mais um registro assustador: 1 milhão de infectados. Chegamos a 100.000 mortes em agosto de 2020 e a
200.000, cinco meses depois, em janeiro de 2021.

De janeiro para cá, passados pouco mais de dois meses, os números de infectados e os de mortes
explodiram: hoje, caminhamos tristemente para contabilizar 300.000 óbitos. Os casos no País já vão para 12 milhões.
 
A progressão exponencial da epidemia evidencia insuficiências na rede de saúde. A realidade é que
não há leitos em quantidade necessária para fazer frente à elevação vertiginosa da demanda; os
profissionais de saúde, entre os quais, nós, os médicos, chegamos à exaustão, além da perda de
várias vidas. Numericamente, já faltamos em várias regiões para atender esta demanda de casos
jamais imaginada.
 
É nosso mais grave momento dessa emergência em saúde coletiva. A Covid-19 se mantém em
ascensão e todos os números e carências tendem a piorar, se não houver uma resposta firme e
coordenada. O Brasil requer união de suas inteligências, da soma de conhecimentos científicos, de
estratégias unificadas e ação imediata. Não pode prevalecer a máxima do cada um por si.
Nós médicos, por ética, retidão e compromisso com os pacientes, dizemos claramente à Nação: o
controle da situação nos foge às mãos, pois não estão sob nosso comando as ações e nem a gestão
da saúde.
 
Nosso diagnóstico é de que apenas a obediência às regras de proteção – como o distanciamento
social e o uso correto de máscara –, as iniciativas contínuas de testagem e rastreio de contactantes, juntamente com a vacinação em larga escala, são capazes de oferecer melhor prognóstico à
população brasileira.
 
Vacinas já. Essa é a ideia que deve unir e reunir todos os brasileiros, em um só coro, de mãos
dadas. Juntos, precisamos trabalhar urgentemente pela revisão de caminhos e prioridades.
Precisamos de certezas. Não podemos viver de estimativas que não encontrem respaldo na
realidade. Precisamos saber exatamente quantas doses de vacinas teremos e quando efetivamente
elas serão disponibilizadas para a população.
 
Um vai e vem de informações desencontradas, uma dança de números de eventuais lotes de vacinas
que deverão chegar e depois não chegam só leva ao descrédito das autoridades de saúde e a
desalento na população. Soluções concretas, e não promessas vazias, é o que precisamos. E já!
Temos de reafirmar, lembrar e relembrar, a cada instante, que o distanciamento social e uso de
máscara salvam vidas. O remédio indispensável agora é a visão cidadã. Em 11 de março, esse senso
de coletividade e solidariedade estava – permita-nos uma figura de linguagem simples para ilustrar
– na Unidade de Terapia Intensiva. A adesão ao isolamento no País era de 33,4%. Baixíssima.
 
Conclamamos, portanto, o cidadão a assumir sua responsabilidade e a atuar pela ampla
conscientização. O isolamento e uso de máscaras, repetimos, podem ser o diferencial para salvar a
vida de avô, avó, pai, mãe, ou do filho, ou do amigo.
 
Diante do quadro de dificuldades e incertezas, também conclamamos cada um dos médicos do
Brasil a ser um agente multiplicador da Medicina de excelência e da Ciência junto a todos os
pacientes, aos colegas de trabalho e em seus círculos familiares e de amizades. Desmentir fake
news e reforçar a relevância das regras de prevenção devem ser tarefas diárias. Assim também
salvamos vidas. 
 
Aproveitamos para comunicar aos cidadãos a criação do Comitê Extraordinário de Monitoramento
Covid-19 (CEM COVID_AMB), composto pela Associação Médica Brasileira, com suas 27 federadas
estaduais, e pelo conjunto das suas 54 sociedades de especialidades do País.

O CEM funcionará em regime permanente, enquanto durar a crise. Terá um núcleo executivo
formado por médicos com legítima autoridade no campo da prevenção e da atenção aos pacientes
acometidos pela doença.
 
Monitorará permanentemente a pandemia em todo o território nacional e as ações dos órgãos
responsáveis pela saúde pública, com o intuito de consolidar informações e, a partir de cenários
atualizados, transmitir orientações periódicas de conduta para cuidados e prevenção aos cidadãos
e aos profissionais da Medicina.
 
Destacamos, por fim, que o momento torna necessárias comunicações recorrentes com
esclarecimentos e orientações à saúde, por mais simples que pareçam. São elas a vacina, o combate
às fake news e a conscientização individual e coletiva para as medidas gerais de prevenção.
 
1. A vacinação em massa, para todas as pessoas, é a medida ideal para controlarmos a
velocidade de propagação do vírus. Entretanto, é impossível afirmar, nesse instante, em que
momento isso ocorrerá;
2. Diante de tal quadro, o distanciamento social, com a menor circulação possível de pessoas,
é conduta essencial para conter a propagação viral;
3. A conscientização e a atitude cidadã devem prevalecer sobre quaisquer outros aspectos e as
regras preventivas seguidas à risca:
 
Boletim 01/2021 - Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 (CEM COVID_AMB)
 
A) Uso correto de máscara - sempre
B) Distanciamento social
C) Evitar aglomerações
D) Manter o ambiente bem ventilado e higienizando
E) Ficar em isolamento respiratório assim que houver suspeita de Covid-19
F) Higienizar frequentemente as mãos, com água e sabão ou álcool gel a 70%.


“Nós, os médicos, estaremos sempre disponíveis para ajudar; e ajudaremos. Mas não trazemos a solução; hoje não a temos. A solução para a Covid não está nas mãos de mais de meio milhão de médicos do Brasil. Será resultado das atitudes responsáveis e solidárias de cada um dos cidadãos do País e das
autoridades públicas responsáveis por implantar as medidas efetivas que se fazem necessárias para mitigar a enorme dor e sofrimento da população brasileira.”
 

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.


transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as vítimas apresentam:
  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 


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