Um ano depois do início da pandemia, o Brasil vive uma crise no sistema de saúde, falta de leitos, transmissão acelerada do vírus e um colapso batendo à porta. Ao todo, já são quase 1,5 milhão de mortos no "ano da pandemia" no país. É o maior número das “Estatísticas do Registro Civil”, desde 2003.
As informações sobre o “ano da pandemia” estão no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), com os dados sendo atualizados a partir dos registros de nascimentos, casamentos e óbitos feitos pelos Cartórios de Registro Civil do País. A Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) é quem administra os dados, que são relacionados com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Número de pacientes internados é 64% superior a pico da 1ª onda, diz GorinchteynButantan enviará 5,3 milhões de doses da Coronavac para ministério nesta semanaCovid-19 deixa bebês órfãos e viúvos em lutoMortes no Brasil crescem sete vezes mais que média anual durante a pandemiaDe março de 2020 a fevereiro deste ano, foram 1.498.910 mortes registradas pelos cartórios brasileiros. Isso significa que houve um crescimento de 31% dos óbitos em relação ao recorde anterior, que era de 1,7%. Em comparação com o mesmo período do ano de 2019, o aumento foi de 13,7% no número de mortes.
"Os Cartórios de Registro Civil são a base primária de dados da nação, seus dados são enviados a mais de 14 órgãos do Poder Público, desde o Ministério da Saúde até o IBGE, para que o País possa planejar suas políticas sociais, de saúde, educação, habitação, segurança, entre outras", explica Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil.
Os estados da Região Norte foram os que registraram os maiores aumentos em relação aos anos anteriores. Amazonas lidera o ranking com crescimento de 86,6%, seguido por Roraima (81,2%), Acre (51,8%) e Rondônia (44,6%). A Região Sudeste também teve aumento: Espírito Santo (42,8%), Rio de Janeiro (39,9%), São Paulo (36,7%) e Minas Gerais (24,3%). Já na Região Sul, Santa Catarina (36,4%) registrou o maior aumento, enquanto o Nordeste registrou crescimento no estado do Maranhão (33,3%).
Fevereiro bateu recorde
O agravamento da pandemia no país em fevereiro, resultou no “título” do mês mais mortal de sua própria série histórica no Brasil, com um total de 119.335 mortes. Foram 33,5 mil falecimentos a mais do que a média esperada para o período. O número também foi 28,1% maior do que a média dos meses de fevereiro desde 2003. Comparando com fevereiro do ano passado, a elevação foi de 28%.
A Região Norte registrou o maior crescimento do número de mortes no mês de fevereiro: Amazonas (72,6%), Rondônia (56,9%), Acre (51,2%) e Roraima (48,3%). Em seguida, aparece a Região Sul, com Santa Catarina (36,9%). A Região Sudeste registrou aumento no estado de São Paulo (34,9%), enquanto Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, elevou 35% e a Bahia, no Nordeste, viu aumentar o número de mortes em 19,7%.
O número de óbitos registrados pode ficar ainda maior, visto que os prazos para registros têm um intervalo previsto de 15 dias entre a morte e o lançamento da mesma no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados ampliaram o prazo para informar os registros, por causa da pandemia da COVID-19.