Marcelo Queiroga, o médico cardiologista que foi indicado, nesta segunda-feira (15/3), pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o Ministério da Saúde, já foi apoiador do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
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Brasil tem 17º dia de recorde consecutivo na média diária de mortes por covidPazuello anuncia compra de 138 milhões de doses de vacinas; confira quaisPressionado a sair, Pazuello anuncia compra de vacinas da Pfizer e Janssen'Segunda onda é fruto de decisão direta do governo federal', diz MandettaQuando Mandetta balançava no cargo por incentivar as medidas de isolamento social, três semanas antes de ser exonerado, Queiroga publicou um vídeo em seu canal do Youtube mostrando apoio ao então ministro e o cumprimentando pela postura diante da pandemia.
Na legenda da postagem ele escreveu: “Em nome da @sbc.cardiol, cumprimento o Ministro da Saúde @luizhenriquemandetta por sua postura diante da grave pandemia por COVID-19. Não é nenhuma surpresa para nós, pois sabíamos da capacidade do ministro. No vídeo trecho da minha fala na abertura do Congresso Paranaense de Cardiologia em 2019. Vamos atuar em colaboração ao Ministério da Saúde para reduzir a letalidade dessa doença, que entre os enfermos cardíacos têm mortalidade três vezes maior.”
No vídeo, ele declara apoio ao então ministro para melhorar as condições de vida da população. “Ministro Mandetta esta é a cardiologia do Paraná. Esta é a cardiologia do Brasil. Os cardiologistas brasileiros estão todos juntos para, junto com Vossa Excelência, melhorar a condição de vida da nossa população. E para nós, os médicos do Brasil, é um prazer muito grande vê-lo à frente do Ministério da Saúde.”
Em outro trecho, Queiroga diz que ver Mandetta ocupando o ministério é a concretização de um sonho.“É a certeza que, após duas décadas, temos alguém realmente identificado com os valores da medicina brasileira.”
Ele também destaca que é preciso ter uma gestão mais eficiente. “Nós precisamos é de eficiência na gestão. Melhorar a atenção primária, fazendo com que os brasileiros (...) tenham uma atenção adequada e condizente com o mandamento constitucional, expresso no artigo 196: ‘a saúde é um direito de todos e um dever do Estado e deve ser garantida, mediante políticas sociais e econômicas’.
Para terminar, ele relembra os compromissos da instituição com o conhecimento e a ética.
“A Sociedade Brasileira de Cardiologia sempre teve o compromisso com a difusão do conhecimento, com a ética. Temos que dar exemplo e agir dentro de valores éticos que sejam respeitáveis e compatíveis com a tradição milenar da nossa medicina.”
Trajetória
Natural de João Pessoa, Marcelo Queiroga é um cardiologista com atuação na Associação Médica Brasileira (AMB) e na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). Atualmente, era presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Conheça mais sobre ele.
Em dezembro de 2020, ele foi indicado por Bolsonaro para ser um dos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas a indicação ainda não foi votada pelo Senado.
O médico conta com o apoio da ala ideológica do governo Bolsonaro. Eleitor do atual presidente, o novo ministro fez uma postagem em 2019, elogiando Bolsonaro e o já falecido Dr. Enéas Carneiro.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira