O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que o fundo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para Amazônia pode chegar a US$ 1 bilhão em recursos para a região. Presidente do Conselho Nacional da Amazônia, Mourão disse que a criação do fundo foi proposta em 2019.
"Inicialmente acho que vão começar a trabalhar com recursos do próprio banco e vão buscar doações. O dado que eu tenho aí é que poderia chegar a US$ 1 bilhão, (cerca de) R$ 5,5 bilhões", disse em conversa com jornalistas na chegada à vice-presidência nesta manhã.
Mourão ressaltou que o novo fundo é similar ao Fundo da Amazônia, que reunia doações da Noruega e Alemanha, mas foi paralisado após declarações do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que questionaram a iniciativa.
Sobre o novo fundo do BID para a região, Mourão destacou que ainda é preciso "construir a arquitetura" de funcionamento da iniciativa, como quem será responsável por gerenciar os projetos em que os recursos serão aplicados. Segundo ele, a área econômica do governo é responsável por definir isso.
"É similar ao fundo Amazônia, não vejo grandes diferenças entre um e outro", comentou. "O que acontecesse é o seguinte: os Estados que têm que ter os projetos porque projetos de parte do governo federal impactam no teto de gastos aí nós teríamos que buscar uma solução junto à Economia, junto ao Congresso para que recursos de doações não impactassem o teto de gastos. Essa solução hoje não tem", observou.
Mourão também comentou sobre a reunião que teve na quinta-feira com embaixadores e representantes da Alemanha, Noruega, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. "Nós vamos entregar o Plano Amazônia 2021/2022, já aprovado pelo presidente Bolsonaro, para os representantes das nações amigas para que eles tenham conhecimento, que é uma coisa que eles cobram sempre, do que nós estamos fazendo", mencionou.
Uma nova reunião com os representantes estrangeiros deve ocorrer na semana que vem para a apresentação dos dados mais recentes de combate ao desmatamento e queimadas, informou o vice-presidente. Ele também disse que o retorno do Fundo Amazônia está condicionado ao governo "conseguir índices realmente substanciais na queda do desmatamento".
Uma das metas é reduzir em 30% o desmatamento no período de 1º de agosto de 2020 a 31 de julho deste ano. Mourão citou que esse período corresponde ao ciclo de medição do Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).