A pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta quinta-feira (18/3) pelo jornal Folha de São Paulo, aponta que 79% dos brasileiros acreditam que a pandemia está fora de controle, ante 62% que já haviam se manifestado em janeiro. Apesar do colapso hospitalar e a troca de mais um ministro da Saúde pelo governo Bolsonaro, 18% afirmam que a situação está parcialmente controlada, 2% acreditam estar totalmente controlada e 1% não sabe.
A pesquisa, por telefone, foi realizada entre 15 e 16 de março com 2.023 pessoas, e apresenta margem de erro de dois pontos percentuais. Cerca de 288 mil brasileiros já morreram com a doença desde o início da pandemia. O levantamento apontou ainda que 55% declaram ter muito medo de contrair o vírus, enquanto levantamento de janeiro registrou 44%. Os outros 27% dizem ter pouco medo, 12% não tem e 7% afirmaram já ter contraído a doença.
Separado por gêneros, 61% das mulheres afirmam ter muito medo, enquanto o número de homens chega a 48%. Já pela idade, 58% da faixa etária com 45 anos ou mais dizem estar com muito medo, ante 48% dos jovens de 16 a 14 anos de idade. Em comparação com a pesquisa realizada em janeiro, o aumento entre os homens foi significativa, passando de 33% para 48%. Entre as mulheres foi de 55% para 61%.
Entre os jovens o percentual também aumentou, indo de 34% para 48%. Já pela renda mensal, de mais de dez salários mínimos, aumentou de 41% em janeiro para 55%. A pesquisa Datafolha constatou também que a falta do distanciamento e dos cuidados necessários não decorre do desconhecimento sobre a situação atual da pandemia.
Devido à falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro e às falas desdenhando da gravidade da situação do país, a percepção da falta de controle da pandemia e a reprovação do presidente chegou a 94%, enquanto 93% não confiam em suas declarações. O número de mulheres chega a 85% contra 73% entre os homens. Entre os mais pobres chega a 82% ante 69% dos mais ricos.
Considerando a religião, a pesquisa mostrou que os católicos declaram ter mais medo de contrair a doença, chegando a 61%, ante 45% dos evangélicos. A percepção de que a pandemia está fora de controle o número não varia tanto entre os grupos, ficando em 81% e 76%, respectivamente.