A cidade de Aracaju em Sergipe (SE) começou a oferecer, na última sexta-feira (12/3), tratamento cirúrgico para a perda de olfato, nas pessoas que ficaram com esta sequela depois de contrairem o coronavírus.
O tratamento é oferecido pelo serviço de otorrinolaringologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HU-UFS/Ebserh/MEC) que atende de forma complementar pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e pode ser usado também para tratar sequelas de outras viroses, trauma craniano e situações pós-cirúrgicas. Segundo o hospital, o tratamento é 100% gratuito.
Em nota, a rede HU-UFS/Ebserh/MEC detalhou que os interessados em realizar o procedimento devem solicitar ao seu médico um encaminhamento para o ambulatório de Microcirurgia em Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Federal, e comparecer à secretaria do serviço, portando o relatório do médico e os documentos de identificação pessoal. A equipe responsável irá recepcionar o paciente e proceder às avaliações necessárias para concluir se o interessado preenche os requisitos para passar pela cirurgia.
A assessoria de imprensa do Hospital Universitário informou que 'o serviço está disponível a qualquer cidadão que preencha os requisitos, e a idade do paciente não é um critério eliminatório.'
A assessoria complementou, dizendo que 'a primeira pessoa a procurar o serviço no Hospital Universitário, está passando por exames pré-operatórios e ainda não realizou o procedimento. Somente após três meses da operação realizada é que podemos analisar quais serão os resultados, ou seja, para o paciente voltar a sentir cheiro.'
De acordo com o professor e chefe da Unidade de Cabeça e Pescoço do HU-UFS/Ebserh, Ronaldo Carvalho, 'a cirurgia é considerada pioneira e pode devolver qualidade de vida aos pacientes, além de integrar toda a parte de ensino, resultando em um importante avanço na formação profissional.'
Carvalho pontuou que 'inicialmente o serviço está funcionando de portas abertas ou seja, enquanto houver vagas. Caso a fila se torne muito grande, organizaremos de outra maneira.'
O especialista explicou que '85% das pessoas que tiveram a COVID-19 sintomática desenvolveram a perda de olfato. Mas deste número, 30% ficam com recuperação parcial e 5 a 10% com perda definitiva.'
"Nesses casos, por mais que se trate com medicamentos e com fisioterapia, não se obtém sucesso. Isso acontece porque o vírus que causa a COVID-19 tem uma preferência pela mucosa nasal", detalhou o médico.
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra quarenta hospitais universitários federais. Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do (SUS), e, principalmente,apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra