Os 20 municípios da região metropolitana de Campinas, no interior de São Paulo, decidiram nesta sexta-feira, 19, adotar o toque de recolher para conter a alta de casos e mortes por covid-19. A restrição começa a valer a partir das 20h desta sexta, indo até as 5h. Nesse horário, o comércio em geral deve fechar e as pessoas só podem circular em caso de necessidade comprovada, sob pena de multa. Em Campinas, a medida entrou em vigor às 20h da quinta-feira, 18.
A decisão conjunta foi tomada em reunião presencial na prefeitura de Campinas. No encontro, foi discutida a possibilidade de medidas mais drásticas de isolamento, como o lockdown. Os prefeitos, no entanto, consideraram que, neste momento, havendo adesão da população, o toque de recolher será suficiente para evitar o colapso na rede hospitalar regional.
Toda a região tem hospitais lotados e UTIs com 100% de leitos ocupados e fila de espera. Conforme a Agência Metropolitana de Campinas, as prefeituras discutiram a antecipação dos feriados, como foi feito na capital, mas a maioria se opôs à medida.
Em Campinas, na primeira noite com toque de recolher, a Guarda Municipal e a Polícia Militar montaram oito barreiras para abordar quem estava na rua. Foram realizadas também ações contra aglomerações. Conforme o balanço, 467 veículos foram abordados e quase mil pessoas receberam orientação. Um estabelecimento foi multado em R$ 3 mil e outros 12 foram intimados a prestar esclarecimentos.
Na manhã desta sexta, entregadores de aplicativos fizeram um protesto, em Campinas, contra as restrições ao comércio. Os motoboys se reuniram na Avenida Coronel Amâncio Bueno e seguiram até a frente da sede da prefeitura, onde os prefeitos estavam reunidos. Não houve incidentes. Em Valinhos, cidade da região, comerciantes fizeram uma carreata contra as medidas de prevenção à pandemia. Houve atos também em Vinhedo.