O abastecimento de oxigênio medicinal ocorre majoritariamente no País por meio de carretas criogênicas, com o produto na forma líquida, repassado a tanques em grandes hospitais, ou cilindros de oxigênio. Com o aumento da demanda, contudo, uma terceira via passa a chamar a atenção de prefeitos: miniusinas do insumo.
Em São Paulo, Araraquara e Embu das Artes recentemente alugaram estruturas do tipo, ideia também em estudo em outros municípios. O modelo também é a aposta do Ministério da Saúde para cidades com dificuldades de acesso geográfico, especialmente no Norte.
Professor de Engenharia Mecânica da USP, José Roberto Simões explica que as miniusinas utilizam um processo de produção distinto das grandes empresas. O equipamento absorve o ar, que é seco, passando a ter apenas nitrogênio, oxigênio, argônio, um pouco de CO2 e traços de outros elementos.
"Pega esse ar seco, que passa por um compressor cheio de zeólita (mineral), que captura o nitrogênio e deixa passar apenas o oxigênio, injetado diretamente na linha de distribuição", descreve. "É uma tecnologia menos conhecida no Brasil e tem muitos fabricantes internacionais, embora não seja nova."
Ele defende a tecnologia, pois garante independência de fornecedores. Segundo Simões, uma das mudanças que facilitam a popularização desses equipamentos é uma resolução da Anvisa, publicada após a crise no Amazonas em janeiro, que permite a produção de oxigênio com teor de 95%.
Em Araraquara, a primeira usina do tipo foi alugada em abril. Neste ano, outras três foram alugadas desde fevereiro. "Com o aumento da demanda e o número de casos, começamos a perceber que não estávamos dando conta mais", conta a secretária municipal da Saúde, Eliana Honain. "Precisa de um grande número de cilindros para dar conta de pacientes graves. Uma pessoa entubada precisa de três por dia, porque duram 8 horas somente." O maquinário é alugado a um custo total de R$ 267 mil por mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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