O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta usou as redes sociais, nesta terça-feira (23/03), para alertar, mais uma vez, sobre os perigos da automedicação e do tratamento precoce contra COVID-19.
“Não existe remédio que não tenha risco. Até aspirina pode matar. Só corremos esse risco quando sabemos o benefício. E esses remédios ainda não apresentaram o benefício. Automedicação mata”, escreveu o ex-ministro.
Mandetta foi demitido do Ministério da Saúde exatamente por ser contra uso de remédios sem eficácia cientificamente comprovada. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) queria que o médico apoiasse o uso de cloroquina. Por ser a favor da ciência, o ex-ministro não quis implantar o remédio no Sistema Único de Saúde (SUS), depois da comprovação da sua ineficácia contra o vírus.
O médico foi demitido pelo presidente em abril de 2020 e estava à frente da pasta desde o início do governo, em janeiro de 2019. Mandetta ganhou maior visibilidade com a crise provocada pelo novo coronavírus.
Além do uso de remédios sem eficácia, Bolsonaro e Mandetta manifestaram divergências públicas em razão das estratégias para conter a velocidade do contágio da COVID-19. O médico é a favor do isolamento social e das medidas de proteção contra doença.