O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu nesta quarta-feira (24/03), uma entrevista coletiva para se “apresentar” à população brasileira. Ao ser questionado sobre o tratamento precoce, recomendado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e questionado por médicos, Queiroga afirmou que “não existe” um tratamento para bloquear o vírus.
Em contrapartida, Queiroga ressaltou que a decisão de indicar medicamentos como hidroxicloroquina, cloroquina e ivermectina “compete ao médico, dentro de uma ambiência onde não existe uma evidência científica forte, com a sua autonomia milenar para prescrever medicamentos”.
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“É uma relação médico-paciente e caso a caso deve ser decidida. Mas a minha opinião é de que temos que olhar para frente e buscar o que existe de comprovado, e é isso o que o Ministério da Saúde vai fazer”, completou.
A hidroxicloroquina, cloroquina e ivermectina não têm éficacia comprovada cientificamente contra a COVID-19.
A hidroxicloroquina, cloroquina e ivermectina não têm éficacia comprovada cientificamente contra a COVID-19.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro adota posicionamentos negacionistas. Entre eles, negar a existência do vírus, não comprar vacinas, não utilizar equipamentos de segurança e incentivar o uso de remédios sem eficácia comprovada.
Um milhão de pessoas vacinadas por dia
O médico também garantiu que a meta do Ministério é triplicar a atual taxa de vacinação a curto prazo e chegar a vacinar 1 milhão de pessoas por dia.
De acordo com o ministro, o país está vacinando cerca de 300 mil pessoas por dia. A média, desde 18 de janeiro, quando começou a vacinação no país, está perto de 190 mil.
Queiroga também afirmou que sua posse no ministério foi feita de forma mais "íntima" porque o Brasil não tinha o que comemorar durante a pandemia.