Após o Ministério da Saúde passar a exigir dados adicionais obrigatórios no registro de casos de coronavírus no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), o que causou atrasos na notificação de óbitos, a pasta voltou atrás e tornou as informações optativas. A mudança foi confirmada ao Estadão por usuários do sistema.
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Em despedida, Pazuello liga saída do Ministério da Saúde à conspiração políticaQueiroga: 'Não sou maquiador de dados, sou médico'Queiroga: 'Não tem tratamento específico para bloquear o vírus'Brasil chega aos 300 mil mortos pela covid com colapso hospitalarO problema veio à tona em coletiva de imprensa concedida pelo governo de São Paulo no início da tarde desta quarta. O secretário estadual de Saúde Jean Gorinchteyn, disse que a alteração foi feita sem aviso prévio e poderia causar nos próximos dias um "represamento de dados" sobre a pandemia, induzindo a um número artificial de mortes pela covid-19.
O reflexo já estava sendo sentido nos dados de São Paulo, que registrou apenas 281 óbitos nas últimas 24 horas, uma queda de 24,3% em relação ao dia anterior. Na véspera, o Estado já havia batido o seu recorde com 1.021 mortes pelo coronavírus, o que representou quase um terço do total do País, que ultrapassou pela primeira vez a marca das 3 mil vidas perdidas para a doença.
"Os municípios não foram devidamente informados, não se deixou prazo para que eles possam se habilitar nessa mudança e não conseguiram completar o preenchimento desses campos", alertou Gorinchteyn durante a coletiva desta terça. "Os campos que foram inseridos retardam o aporte dessa informação e muitos deles não têm importância nesse momento. Isso passa a ter um impacto."
O Conasems explicou que a nova forma de registrar estes óbitos já estava em discussão, por causa da "necessidade de aprimoramento nas informações coletadas", mas que houve falha na comunicação sobre a mudança.