Com a falta de imunizantes contra COVID-19 no Brasil e uma campanha de vacinação lenta em comparação a outros países, os brasileiros estão aderindo ao “turismo da vacina” e viajando aos Estados Unidos para garantir doses contra o vírus. Desde janeiro, relatos de não-residentes que viajaram de outras localidades em busca do imunizante são mais frequentes.
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Servidores da ALMG em home office foram vacinados para reforçar atendimentoVídeo: Queiroga é recebido na USP aos gritos de 'Bolsonaro genocida' 'Não é um período para festejar, aglomerar', diz Covas sobre 'feriadão' em SPcoronavirusmundoJuiz autoriza sindicatos e empresas a importarem vacina sem doar para o SUSA maior procura pelos imunizantes vem de brasileiros e mexicanos. Impedidos de entrar no país, os brasileiros precisam fazer uma quarentena de 14 dias e realizar testes antes da viagem aos EUA. Já os mexicanos vêm atravessando as fronteiras, especialmente com o Texas, atrás das doses de imunização.
A maior procura tem relação com o plano do presidente americano Joe Biden. Antes mesmo de tomar posse, em janeiro, Biden estabeleceu a meta de aplicar 100 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 nos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira (25/3), o democrata dobrou a meta de vacinação contra a COVID-19 no país: agora, ele pretende ter aplicado 200 milhões de doses até o 100º dia de mandato do novo governo — ou seja, até 30 de abril. Essa meta já inclui as mais de 100 milhões de vacinas aplicadas até hoje.
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Com o turismo de vacinas, os milhares americanos que de fato residem nos Estados Unidos podem ficar prejudicados. Segundo o advogado de imigração brasileiro/americano Felipe Alexandre, não existe nenhuma lei que impede brasileiros de serem vacinados em solo americano.
“No entanto, o processo de vacinação em massa feito para atender primeiramente determinados grupos prioritários no país é afetado cada vez que uma pessoa que não reside no país consegue uma dose de imunização. Embora não possa ser considerado um crime, o turismo da vacina constitui ao menos uma prática pouco ética de tentar burlar o sistema de saúde americano”, explicou o advogado.
Segundo Alexandre, as cidades mais procuradas por brasileiros são Orlando e Miami. “Tradicionalmente, essas são as cidades com maior presença de brasileiros e de latinos em geral nos EUA", conta. "Historicamente essas cidades têm uma tolerância maior e leis mais brandas para a população imigrante, o que favorece este tipo de prática na região”, informa.
Estima-se que pelo menos 20% de mais de 1 milhão e 200 mil brasileiros nos EUA estejam localizados na Flórida.
Estima-se que pelo menos 20% de mais de 1 milhão e 200 mil brasileiros nos EUA estejam localizados na Flórida.
Para combater o problema causado pelo turismo das vacinas, Florida, Califórnia, Nova York e Texas passaram a exigir comprovantes de residência local para quem busca a vacinação, e a tendência é que outros estados adotem medidas semelhantes.
Ainda assim, a grande maioria da população com mais de 65 anos continua sendo atendida normalmente mesmo sem apresentar estes documentos, já que para grande parte da comunidade médica a vacinação deve atender a todos, independentemente de onde residam ou de seus status imigratórios.
Questionado sobre uma possível punição para brasileiros que tomarem a vacina em solo americano, retirando assim a vacina de um nativo, Alexandre explica que não foram estabelecidas ainda as medidas necessárias para impedir a vacinação.
Segundo o advogado, a tendência é que mais medidas restritivas sejam adotadas caso o turismo das vacinas continue se intensificando, e uma multa para quem tentar “driblar” o sistema de saúde certamente é uma possibilidade.
Cuba e o turismo de vacinas
O governo de Cuba planeja oferecer vacinas a turistas que visitarem o país. O plano foi anunciado por Vicente Verez, diretor-geral do Instituto Filay de Vacinas, instituição responsável pelo desenvolvimento dos principais imunizantes do país, durante uma conferência virtual no fim de janeiro.
Questionado sobre o assunto e as diferenças entre o Estados Unidos e a ilha caribenha, neste caso, Alexandre explica que existem duas situações diferentes.
“Para os Estados Unidos, o exemplo de Cuba certamente não se aplica. Existe uma mobilização nacional para ter todos os americanos e residentes permanentes legais com mais de 18 anos vacinados até o fim de maio, e o turismo das vacinas certamente pode contribuir com um atraso significativo no plano de vacinação, o que não interessa a ninguém no país”, explica.
Cuba pretende vacinar toda sua população ainda em 2021 com a vacina Soberana 2, desenvolvida pelo Instituto Filay.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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