"Estamos a poucas semanas de um ponto de não retorno na crise do coronavírus no Brasil". A afirmação é do neurocientista Miguel Nicolelis e está no conteúdo de estreia do Diário do Front, coluna que passa a assinar no jornal El País. No episódio piloto, Nicolelis, um dos cientistas mais aclamados atualmente, chama a atenção para a situação grave no país, que, em seu ponto de vista, está à beira de chegar a um cenário que não terá mais volta com a pandemia.
Ele infere que o número de mortes diárias no Brasil, devido ao coronavírus, chegue a mais de 4 mil, ou até 5 mil, até julho, no momento em que por aqui as mortes por dia se aproximam de 3,9 mil, recorde aferido nesta quarta-feira (31/3). Para julho, ele também projeta um total de 500 mil mortos no Brasil.
Nicolelis é professor catedrático da universidade Duke, nos Estados Unidos. Demonstra preocupação ainda com a projeção de um colapso funerário, se as restrições de trânsito não essencial em aeroportos e estradas, por exemplo, o que poderia fazer parte de um lockdown nacional, não forem estabelecidas.
"Se o colapso funerário se instalar neste país, começaremos a ver corpos sendo abandonados pelas ruas, em espaços abertos. Teremos que usar o recurso terrível de usar valas comuns para enterrar centenas de pessoas simultaneamente, sem urnas funerárias, só em saco plásticos, o que vai acelerar o processo de contaminação do solo, do lençol freático, dos alimentos, e com isso gerar uma série de outras epidemias bacterianas gravíssimas", disse no podcast.
"Diante desse cenário, o futuro que nos espera pode ser ainda mais dantesco, uma vez que não existe, por parte do governo federal, nenhuma iniciativa crível de combate real à pandemia", declarou.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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